Tuesday, October 13, 2009

Crítica: 9 - A Salvação

Sinopse: Quando o boneco 9 ganha vida, ele encontra-se em um mundo pós-apocalíptico, no qual os humanos foram dizimados. Por acaso, encontra uma pequena comunidade de outros como ele, que estão escondidos das terríveis máquinas que vagam pela Terra, com a intenção de exterminá-los. Apesar de ser o novato do grupo, 9 convence os demais que ficar escondido não os levará a nada. Eles devem tomar a ofensiva se quiserem sobreviver e, antes disso, precisam descobrir por que as máquinas querem destruí-los. (Yahoo! Cinema)

“Produzir”, trocando em miúdos na linguagem cinematográfica e sendo bem claro e objetivo, é “tornar o projeto viável”. Ou seja, arrecadar e pôr o dindin na mesa e distribuí-lo a cada parte responsável por cada parte da produção. Tá certo que o produtor dá pitaco de vez em quando, principalmente se ele é um gênio e sabe muito bem do que ele fala. Foi o mundo saber que o produtor de 9 – A Salvação era Tim Burton que logo todo mundo quis saber do que o longa se tratava.

A animação é bem diferente do que o próprio mercado de animação nos acostumou. A história é bem sombria, à la Tim Burton, os personagens não são bonitinhos e fofinhos e o enredo da história é bem puxado para o dramático, com pitadas de suspense. Foge do parâmetro de que tem que ter humor numa animação que é voltada (pelo menos era essa a intenção no início) para o público infant0-juvenil. Hoje é fato de que esse tipo de animação atinge muito mais aos adultos.

Tecnicamente falando, nem tem do que reclamar. É muito bem feita, com os acabamentos dados a esse tipo de produção sem nenhum tipo de exagero ou falta. A manipulação em 3D dos personagens não deixa a desejar. Muito pelo contrário. Eles nem ficam com aquele aspecto de “boneco de The Sims”.

Muito interessante é também a proposta apresentada para o mundo pós-apocalíptico, descrito na sinopse apresentada no início deste texto, “dominado por máquinas e com seres humanos aniquilados”. Uma pena é que a ponta do iceberg é a mesma do que em quase os outros filmes que tratam do tema (clichê detected!): a ganância humana destruirá (nesse caso, destruiu) o próprio homem. Entretanto, como não há humanos diretamente resolvendo o problema das máquinas (claro, eles não existem mais!), e sim criaturinhas desenvolvidas por um cientista, esse ponto negativo se anula.

Só não entendi o propósito disso tudo, já que não existem mais humanos e não há nenhuma menção no filme em tentar trazê-los de volta, ou algo que caminhe nesse sentido. Quando do final do filme, há uma mistureba entre ciência e atividades ocultas. Tem até fogueira e o que parecem ser os “espíritos” dos bonequinhos que se sacrificaram na luta contra as máquinas. “Eles estão livres agora”, disse a Número 7… Oi? Isso tudo me deu a impressão de estarem preocupados de mais em explicar certas coisas que se esqueceram de outras.

Acho que os quatro anos de desenvolvimento que o filme teve não foram suficientes para o amadurecimento da ideia de tornar a história de um curta metragem em uma de um longa metragem. Parece que 9 – A Salvação prova que transformar uma história concebida originalmente para um curta em uma narrativa de um longa é bem mais complexo do que se parece.

9 – A Salvação (9), distribuído por PlayArte, EUA, um filme de Shane Acker, com roteiro de Shane Acker e Pamela Petler, com as vozes de Elijah Wood, Jennifer Connelly, John C. Reilly, Crispin Glover, Martin Landau, Christopher Plummer, Fred Tatasciore na versão original, Animação, 79 min. Livre.

Obs.: Os bonequinhos de “9 – A Salvação” me lembram um pouco os desse curta metragem aqui.

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