Thursday, October 22, 2009

Budapeste: a adaptação para as telas, finalmente...

Eu já tinha comentado que estava ansiosa para assistir à adaptação do Livro Budapeste, do Chico Buarque, para o cinema. Finalmente, este final de semana, consegui alugá-lo na locadora. Gosto muito de prestar atenção a esta troca entre o cinema e literatura, mas costumo me decepcionar com os resultados. E desta vez não foi diferente. O filme não consegue passar para as telas as angústias que o livro provoca no leitor, apesar do excelente diretor, o Walter Carvalho.

O filme, como a maioria das adaptações, teve que deixar de lado algumas passagens importantes, como, por exemplo, o trecho do livro em que José Costa volta ao Brasil, depois de certo tempo, e se depara com o seu filho na rua, mais velho, sem reconhecê-lo. Ou mesmo a solidão de Kriska em uma das idas e voltas de José Costa ao Brasil. No livro, ele sai de Budapeste mais de uma vez depois de conhecê-la. No filme, apenas uma.

Assistindo ao filme, consegui perceber a minha identificação com a história. Durante as minhas viagens, mais de uma vez me peguei com a sensação de estar entrando em um novo planeta diante de uma nova língua, ou de uma que eu não domino totalmente, ou desconheço um de seus sotaques. Imagina com o Húngaro, que no próprio filme comentam que “dizem que é a única língua que o diabo respeita!”. Acho que nunca vi tanta consoante em seguida na vida. Este estranhamento diante do desconhecido me provoca uma sensação maravilhosa. Também me envolve muito pensar que o acaso pode decidir a sua vida, o que acontece claramente na história do livro, mostrada no filme. José Costa chega à cidade por acaso, e nem imaginava a reviravolta que ela provocaria no seu futuro. Uma cidade pode, com certeza, mudar o rumo de muita coisa, interna ou externamente. É isso o que me encanta mais em viajar.

Uma das cenas mais bonitas do filme de Walter Carvalho é uma das primeiras, em que o narrador – o próprio José Costa – diz que achava que Budapeste era cinza, mas ele descobriu que ela era amarela. Apenas um dos sentimentos permaneceu em mim quando vi o filme: a vontade de conhecer Budapeste. Para quem tem curiosidade sobre a capital da Hungria, vale a experiência de assistir ao filme.

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