Saturday, October 31, 2009

olhos de serpente

Há dois filmes maravilhosos dentro de Olhos de serpente, de Abel Ferrara, e eles não apenas coexistem de maneira harmoniosa como ainda por cima se completam.

O primeiro deles é um visceral metafilme que impressiona também pelo fato de parecer um compêndio das aspirações cinematográficas de seu diretor, especialmente pela íntima e conflituosa relação entre vício e religião.

O segundo, por sua vez, fala sobre até que ponto uma pessoa pode ser consumida, física e mentalmente, pelo processo de criação artístico. (desafio: tente não pensar em Heath Ledger)

O mais perturbador, no entanto, é quando percebemos o elo com a mente do criador — seria Keitel o avatar do próprio Ferrara? Não sei, mas assusta a maneira como ele insufla que essa Hollywood imunda não é lá muito diferente dos submundos nova-iorquinos de seus outros filmes.

O Que Resta do Tempo

A memória e o presente

O grande mérito de O Que Resta do Tempo é a consciência de Elia Suleiman sobre o tema principal de seu filme ser a memória e não o conflito entre palestinos e israelenses.

Isso é dado formalmente: apesar de começar em Israel logo após a criação do Estado Judaico, ele é antes de tudo uma coleção memórias e historietas agrupadas em quatro tempos distintos. O conflito militar é como o universo que rodeia as histórias, mas sempre subordinados ao poder criativo, pois impreciso, do relato baseado na memória do narrador.

Por isso, o filme é recheado de pequenos exageros, situações pontuais que dão vida à recriação narrativa dos quatro momentos históricos da vida da família Suleiman. E a palavra certa é esta: recriação.

Sua câmera reforça o pulso das lembranças ao permanecer estática, baseando toda a encenação do filme em tableux. Os planos fluem com uma musicalidade burlesca, como se um tema engraçado tocasse em diversos momentos, nos lembrando o caráter de construção estilística. Isso aumenta a sensação de coisas fora do lugar, dá um toque de permissividade para pequenas corruptelas humorísticas (como o soldado que, mais baixo que o prisioneiro palestino, tem de subir na pedra para tapar os olhos do preso ou o rapaz que passa assobiando temas musicais de filmes famosos). Ecoa Fellini, principalmente Amarcord, no qual as pequenas histórias de sua cidade natal compunham um descrição também sobre o narrador.

Este é, talvez, um grande tema do filme: como este universo formou o narrador, que é também personagem do filme enquanto espectador das cenas cotidianas. O Elia-personagem observa, vê um tableux para mostrar sua passividade observadora no contracampo. Elia-narrador sabe que tudo não passa de memória,recriação, tem plena consciência de que aquele na tela nada pode fazer para mudar o que é aquele que narra. Como já disse, um processo consciente de recriação, reconstrução.

Não é à toa que o subtítulo do filme é “Crônicas de um presente-ausente”. No último segmento do filme, o verdadeiro Elia Suleiman atua junto com sua mãe. A cidade já não é a mesma (ele vive no exterior), as pessoas da vizinhança mudaram, os hábitos são outros. Elia observa tudo impassível, meio descrente, meio desentendido, como na breve cena em que olha, da janela de seu hotel, um combate entre palestinos e o exército interrompido por uma mulher atravessando a rua com seu bebê no carrinho. Se até este momento, Suleiman construíra um painel algo cômico, algo impreciso que dizia muito sobre si mesmo, uma lógica que lembra Amarcord, agora a influência é Buster Keaton. Aqui a inadequação é do próprio mundo para com o narrador. Suleiman sabe que o presente (ausente) é sério e perigoso para que caibam nas corruptelas. Quanto mais o filme se alonga, menos estas tem lugar e Suleiman tem consciência de que trabalha com a força que suas imagens podem ter, culminando na cena em que ele pula o muro construído por Israel como se estivesse numa competição de salto com vara. Esta é a provocação do subtítulo. Enquanto vemos um presente cômico, simples, poético e absurdo, sempre temos em mente o presente-ausente, aquele do imaginário formado pelas trágicas notícias dos telejornais, da imprensa escrita e dos diversos filmes que já abordaram o tema.

Assim como Tarantino abordou a Segunda Guerra, em Bastardos Inglórios, reafirmando o poder criativo do cinema contra qualquer imaginário edificante e politicamente correto que o próprio cinema ajudou a construir – capaz de criar totens contra os quais é preciso a força do próprio cinema – Suleiman luta aqui contra o maniqueísmo fundamentalista e as idéias pré-fabricadas, que marcam muito do debate sobre seu presente, com a força das imagens, cheias de humor e uma acidez corrosiva.

O Que Resta do Tempo (The Time That Remains, 2009), dir. Elia Suleiman


Thursday, October 29, 2009

A estreia mundial do filme de Michael Jackson

Fãs de Michael Jackson se reuniram em várias cidades do planeta, na noite desta terça (27), para assistir à estreia do filme com os últimos ensaios do astro do pop.

 

 

Rio e São Paulo também fizeram parte desse lançamento mundial.

Tinha fã de Michael Jackson de todos os tipos: com camiseta, bonequinho do Rei do Pop, tatuagem, chapéu, dançando ‘moonwalk’. Todos na porta do cinema no Rio, em São Paulo, Londres, Los Angeles, Nova York, ou Pequim por todo o planeta, do jeito que a megaestrela do filme gostaria.

“Acabando o filme a gente vai dormir na rua, porque não tem mais ônibus para voltar. Tudo pelo Michael Jackson”, diz a estudante, Elen Souza Almeida.

A pré-estréia acontece assim, na mesma hora, em 25 cidades. “This Is It”, o filme, reúne imagens daquela que seria a última tournée de Michael Jackson. O filme foi feito a partir de mais de 100 horas de imagens gravadas nos ensaios e bastidores do espetáculo entre abril e junho deste ano.

Entre tantos fãs saudosos, o DJ Leandro Lapagesse, estava de entradas compradas para assistir ao show em Londres e depois da morte do ídolo acabou viajando para fazer uma peregrinação pelos lugares emblemáticos da vida de Jackson. “Eu ia assistir todos os dias”.

Os que morrem de vontade de ser ou parecer com Michael Jackson, fãs e admiradores do ídolo pop estavam para lá de ansiosos com a possibilidade de ver o processo de criação de Michael.

 

Pré-estreia de filme de Michael Jackson reúne famosos em Los Angeles

 

Jennifer Lopez e Paris Hilton assistiram à sessão especial de ‘This is it’

Um ídolo como Michael Jackson consegue atingir pessoas das mais diferentes em todo o mundo. Como não poderia ser diferente, a pré-estreia de “This is it” (documentário que inclui entrevistas, ensaios e bastidores da preparação de Michael para os shows que ele faria em Londres, na Inglaterra) mobilizou uma legião de famosos nesta terça-feira, 27.

 

Jennifer Lopez, Paris Hilton, Katy Perry, Will Smith e os irmãos do rei do pop – Jermaine, Randy, Tito Jackson e Marlon Jackson – foram algumas celebridades que estiveram no Noika Theatre, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Ashley Tisdale e Jennifer Love Hewitt usaram camisas com a figura de Michael estampada.

 

Jennifer Lopez e Paris Hilton

 

Katy Perry e Ashley Tisdale

 

Jennifer Love Hewitt e o namorado Jamie Kennedy

 

Will Smith e Jermaine Jackson

 

Randy Jackson, Tito Jackson e Marlon Jackson

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Globo.com

And now for something that doesn’t make you look like a soccer mom who’s dressing up in some benign costume that is either a trite version of sexuality or a proletariat idea of cutesy...

I’ve been meaning to blog all week, but life has been one bureaucratic nightmare after another. The icing on the cake was my Mother seeing a government official snooping around my yard and him looking over some construction work I having done. Amazing. Simply Amazing.

What the government doesn’t know is that my mother is THEE MOST ANNOYING NAG in the history of Mothers. And tomorrow morning, I am going to sick her on THEM!

That’s right and by JESUS! It will be grand.

Luckily, all this real life red tape has gotten me good and ready for a night-posting about Stanley Kubrick. As a film director, he pioneered a higher standard cinema and story lines than we will never see again. He once said in his documentary “either you care, or you don’t.” I really took those words to heart. Either you care to do it right and get whatever it is to where it needs to be….or you don’t. No excuses or bullshit. It seems sorta cut and dry, but I think the beauty is in the sayings simplicity. We’re all full of excuses and reasons for this bullshit or that… but when it comes down it, we can filter that shit out. We can decide to stand up and say “no. I don’t fucking care.” Or actively participate in whatever we DO care about.

It’s not wildly provocative or sexy, but let’s me sleep well at night.

The Kubrick Rooms are a wonder for any Stanley fan. The Droog Outfit is completely FREE, however cane and boots are not included. Droog Cane sells for 400 linden and comes with a complete AO. It’s pretty cool, I must say and worth the price to seal the deal. I slapped on my favorite combat boots (Ving Boots from Shiny Things) and I was good to go.

Raise a little hell on Halloween. It’s good for the heart.

Tuesday, October 27, 2009

Matilha na mostra

[C]:: Além de uma galeria o espaço Matilha também tem uma sala de cinema.  Ontem, assisti ALTIPLANO, dos diretores Peter Brosens e Jessica Woodworth, vencedores do Leão do Futuro no Festival de Veneza 2008. A história mostra uma fotógrafa de guerra, que desiste da profissão após um trágico acidente, mas se vê envolvida num novo conflito, quanto seu marido é assassinado por moradores revoltados no Alto dos Andes. Enquanto a fotógrafa embarca numa viagem de luto, uma jovem andina decide sacrificar-se em protesto contra o crime ambiental, que vitimou seu povo e seu noivo.

ALTIPLANO
(Altiplano, Bélgica / Alemanha / Holanda, 2009)

Matilha Cultural – r. Rego Freitas, 542, Centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3256-2636.

Great Halloween Movie Countdown #1 : "Criminally Insane" (a.k.a. "Crazy Fat Ethel")

"Criminally Insane" Movie Poster

And so we come to the end of our little Halloween recommended viewing list, and while I’ve stressed time and again that it’s not really a “countdown” in the strictest (or any) sense (which begs the question of why I even called it one in the first place, and I’m afraid I don’t have a good — or again, any — answer), I assure you that I have indeed saved the best for last. If you’re going to take the easy (and entirely understandable) way out and only see one movie from this list, make it this one.

Why, you may ask? Is it the best flick on the list? No, of course not. It’s not even particularly “good” by any commonly understood definition of the term.

Is it, then, the scariest or most frightening? Good heavens no, it’s not even close to being scary at all.

Is it the most competent or well-executed? Are you kidding? It’s absolutely ludicrous, and down there with anything in the Ed Wood or Coleman Francis oeuvre in terms of technical accomplishment.

Then for the love of God, you may ask (again), why?????????????

That’s easy. Because this 1975 ultra-shot (61 minutes) “feature” from legendary bargain-basement auteur Nick Millard (billed here as Nick Philips — he has, according to the IMDB, no fewer than 21 aliases he worked under during his anything-but-illustrious career, seemingly changing names as often as the rest of us do underwear, usually depending on whether he was working on soft-core or on horror cheapies) is — pun absolutely intended this time — two tons of fun.

Billed as “250 Pounds of Maniacal Fury,” our protagonist here, one Ethel Jankowski (Priscilla Alder in a delicious role she really sinks her teeth into—again, both puns fully intended), actually tops the scales at well over (how much over I couldn’t say) 300, and she’s just been released from a mental institution where she was given a steady regimen of electroshock “treatment”(I’ve never understood why attaching electrodes to someone’s genitals qualifies as torture while attaching them to their temples is considered “therapy”) entirely against her will, and now she’s supposedly calm and rational enough to go back into the “care” of the community and so moves into her grandmother’s rather quaint San Francisco (Millard made almost all his films in his home Bay Area environs) Victorian.

It doesn’t take long for tensions to arise, though, as after one day of watching Ethel eat her out of house and home (and garage and shed and summer cottage and detached fallout shelter and you get the metaphor here before I strain it any further, I’m sure) Grandma decides to lock up the kitchen cabinets to prevent Ethel from gorging herself to death.

Our girl Ethel already has a damn unpleasant disposition to start with (and a nasty racist, or at least ethnocentric, streak, as evidenced by lines like “That Jew doctor tried to starve me to death” when she’s telling granny about her stay in the bughouse), and having her supply of consumables padlocked (with grandma holding the only key, of course) really sets her off. So she does what any morbidly obese and fanatically determined psychopath would do, I suppose — hack her to death with a meat cleaver, takes her key, unlocks the cabinets, and stuffs her face.

The food runs out pretty quickly, though, and it isn’t long before Ethel needs to call in a grocery order. There’s just one problem : she owes the market $80 and she won’t get more food from them until she pays up. No problem, she tells the store’s owner, just send the delivery boy over and she’ll pay up her past due balance as well as pay for the current order.The kid gets there and tells Ethel she can’t have more food until she pays the $80 she owes, to which she replies “But I don;t have $80, I only have $4.50.”

What happens next? You guessed it, the kid gets killed and Ethel takes the box of groceries he brought over. She hides his body in grandma’s bedroom (where the corpse of the elder Jankowski is rotting away) just in time, it turns out, as her good-for-very-little (alright, nothing) prostitute sister, Rosalie, drops by unannounced and informs Ethel she had to get away from her old man who’s been beating the shit out of her and has to crash with her and grandma for awhile.

In short order, Rosalie and her guy get back together (making for some truly OTT politically incorrect “relationship dynamics” in the scenes they share — I’ll say no more), but their happy reunion really starts to cramp Ethel’s style when they start bitching about the nasty smell coming from behind the locked door to grandma’s room. You’ve probably already guessed who this little scenario is going to play itself out.

To make matters even worse for our bloated psycho, the cops have come around and started to ask questions, too, since it seems the grocery delivery boy never came back from work and Ethel’s explanation that he must have taken the 80 bucks and split town isn’t going to buy her too much time. And her doctor would like to know where her grandmother is since only Ethel seems to answer the phone.

There are no surprises here. Millard/Philips displays nothing like any sort of creative directorial flourish (although in fairness, what do you want for $30,00? — and Millard claims that’s the biggest budget he’s ever hard to work with!). the gore is plentiful, but also plenty cheap (it’s generally of the “go down to the hardware store and get me some red paint” variety). What saves this movie, then, from being just another entirely-unmemorable shot-in-a-week piece of throwaway celluloid pablum?

In a word, it’s Alden. She’s so deliriously deadpan and morbidly monotonous throughout — whether she’s eating, hacking up a body, eating some more, lying to the cops, eating even more, dealing with cheap insults from Rosalie’s boyfriend, eating still even more or — well, hell, eating still even more than that, she’s so coolly detached and matter-of-fact that you’d almost swear she was, in fact, cool — even though I guess she can’t be since she’s so fat, and Hollywood has taught us for years than fat people absolutely can’t be cool under any circumstances.

There’s no flustering Ethel, though — corner her and she’ll make some shit up. Don’t believe her lies and she’ll kill you. It’s as simple as that, really. Nothing comes between her and her food.

There’s something here to offend everyone, and you’ve gotta love it for that. There’s nothing even remotely subtle or, for that matter, tasteful about “Criminally Insane.” It’s pure dreck that embraces its status as cinematic filth and absolutely wallows in it. There’s no pretense — Philips couldn’t afford any and didn’t have the time. It’s trash — pure, unadulterated, unvarnished, and unashamed, and as such, it’s one of the most refreshingly honest movies you’re ever likely to see.

Ethel in action ---

A final note about the (even by grindhouse standards absurdly) short run time — somehow, even though you wouldn’t mind if it went on longer, you don’t feel cheated, and it feels right. It’s not like this is a particularly complex story, anyway. Again, this is part and parcel of the absolute self-assuredness of this film. Granted, it’s self-assuredness borne of the fact that it had no other choice, but how damn great is that in a world where most movies spend at least half their run time trying to pretend to be more important than they really are?

“Criminally Insane,” unlike most of the uninspired navel-gazing that passes for “entertainment” these days, knows exactly what it is, and not only doesn’t care that you know, too, it states it proudly.  Quite frankly, if you’re going to crank out a $30,000 exploitation quickie about a 300-lb. female serial killer, this is the only way to do it.

--- and Ethel inaction.

The good folks at Shock-O-Rama, under their Retro Shock-O-Rama banner,  have released “Criminally Insane” on DVD as part of their “Nick Philips Horror Trilogy Collection,” triple-feature, single-disc set, along with another bizarre 1975 Millard/Philips cheapie, “Satan’s Black Wedding,”  and the shot-on-video 1987 sequel, “Criminally Insane 2,” (also known, wouldn’t'cha know it, as “Crazy Fat Ethel 2″ — and we’ll note in passing that Millard made another “sequel” of sorts starring Alden called “Death Nurse,” also in 1987, and a proper sequel to that, “Death Nurse 2,” in 1988 — both of which were also shot on video). The picture boasts a nice 1.33:1 aspect ratio and is supposedly “mastered from the original 35mm film elements, but still looks pretty crummy, it must be said — which probably can’t be avoided,  and is also quite fitting given the film itself, so I’m not really complaining even though it might sound like it — and let’s be honest, you probably wouldn’t expect anything better anyway. The mono sound is fine, if occasionally muffled — again, as you’d probably expect.

The "Nick Philips Horror Trilogy Collection" from Shock-O-Rama featuring "Criminally Insane"

What I will complain about a bit is the commentaries for all three films, featuring Philips and moderator 42nd Street Pete. These are dull, uninspired, and feature interminably lengthy stretches of absolute nothingness. Old Pete should have done a much better job of having some engaging lines of questioning ready for Philips, since he’s got a lot to say, as the three making-of featurettes (one for each movie) included on the disc attest to. He’s got a sharp memory and is an interesting guy, too bad these commentaries are such a snooze.

All in all, though, it’s a packed-to-the-rafters little package that delivers great value for money, and it’s worth owning just for the presence of “Criminally Insane” alone. The other stuff is just icing on the cake — pun, again, completely intended.

So that’s a wrap on our non-countdown Halloween countdown that I probably shouldn’t have called a countdown. I hope you’ll give some, or all, of these movies a try.  Hell, even one of them.  If I can convert one person somewhere over to one movie they otherwise wouldn’t have known about, much less seen, then all my harrowing struggle will have been worth it.

Sunday, October 25, 2009

Lost Boys - Os Garotos Perdidos

Com todo o respeito a obra cinematográfica clássica de 1987, dirigida por Joel Schumacher o meu texto não conta uma hístoria vampiresca. Levando o título ao pé da linha esse é um conto de três garotos bi que sempre levaram a vida de uma forma inresponsável.

Daniel era promíscuo por natureza e não acreditava no amor,  ficou com um cara pela primeira vez aos treze anos e desde de então a lista dele deixa a de qualquer pessoa que eu conheço no chinelo. Eu o conheci na escola e ficamos por um tempo. Após esses eventos nos afastamos, mas recentemente somos grandes amigos-confidentes-parceiros.

Yuri sempre foi engraçado e perverso . Hoje é promíscuo e usuário de drogas. Durante um tempo sempre saíamos juntos os três  para “caçar”, hoje raramente nos falamos.

Eu como já testemunhei diversas vezes sempre acreditei desacreditando no amor, e de certa forma Daniel é um tanto culpado por isso, a convivência me fez adotar algumas das convicções particulares dele.

Essa semana fui surpreendido pelo mesmo me apresentando um cara, esse ele conheceu no busão e está nitidamente amando a pessoa. Pediu o cara em namoro e tudo mais. E o filme de terror acaba tomando suas linhas de romance. Faço gosto do namoro e aprovei o candidato que conseguio a façanha de consquistar alguém que se julgava inconquistável.

E não nego o meu passado conturbado um dia eu encontro um chinelo velho para o meu pé cansado. E vendo os olhos de um descrente brilhar por  causa de um sentimento novo, volto a acreditar nesse tão desconhecido amor e já chega de viver de paixões tão perdidas quanto a obra de Schumacher que numa era  de efeitos especiais poucos tem o prazer de  conhecer.

Trailer:  Os Garotos Perdidos

Os nomes das pessoas do post são meramente ficticios

Saturday, October 24, 2009

New articles: USA Box Office Estimates Friday 23rd October, “Angels & Demons” DVD review, “Sunshine Cleaning” Movie Review

We’ve added a few more reviews/reports this week:

USA Box Office Estimates Friday 23rd October – We’ve been watching the astonishing rise of PARANORMAL ACTIVITY over the past couple of weeks, and now, it’s finally hit the top of the box office. It’s looking at a $20M weekend. Marketing and achieving critical mass with an audience seems to happen when you have a product that captures the imagination, or interest of people, and this $15,000 production is certainly scaring up a storm. It makes these multi-million dollar productions amusing, particularly as SAW VI came in under PARANORMAL ACTIVITY, something that franchise is not used to after being number one for the last few films when opening around Halloween. It just goes to prove how fickle and uncertain achieving success is in the film business.

Angels & Demons DVD review – Alex recently watched the DVD and gave a pass mark. I remember watching this at the cinema earlier in the year and being surprised that the first three quarters of the film was actually entertaining, especially after the boring opus that was The Da Vinci Code. The ending became quite over the top and silly. Maybe they should have made this film first? It seems to work better as a film and might not have alienated the audience.

Sunshine Cleaning Film Review – Picked this up on DVD the other day. I had never heard of it before. It’s hit and miss. There are some nice character moments, and it feels very real. But it doesn’t really go anywhere, and nothing really gets resolved. Emily Blunt is really good in this though, and Alan Arkin is funny as the eccentric and witty father.

Todd.

O melhor filme do mundo.. ou não

Já estava para escrever sobre esta obra de arte há algum tempo neste espaço. De facto, vi esta peça sublime pouco depois de ver a crónica do Nuno Markl, a quem agradeço por me ter chamado a atenção.  Para quem ainda não tenha colocado os olhos neste filme aconselho vivamente a usar os recursos disponíveis, sejam vizinhos, amigos ou outras coisas que se possam imaginar. Apresento-vos o The Room, o pior filme do mundo:

The Room Poster

Embora me recorde de um certo filme que vi na minha tenra infância que ainda me assombra como o pior filme de sempre, este sem dúvida é muito mais cómico.  Conta-se que o senhor que aparece no poster (Tommy Wiseau) para além de actor principal,  é também o escritor, realizador, produtor e, adivinhe-se, financiador deste The Room, Deixo uma das deixas mais sonantes “You’re Tearing Me Apart, Lisa!”. Serve de amostra para o que é considerado o “Pior filme do mundo”.

Friday, October 23, 2009

baixar A Décima Primeira Hora – Dublado [Dual Audio]

A Décima Primeira Hora

Depois de anos como prisioneiro de guerra, Michael Adams, um ex-SEAL da Marinha norte-americana, esta tentando levar uma vida normal. No entanto, tudo vira de cabeça para baixo quando sua esposa é seqüestrada e tem uma bomba implantada em sua cabeça. Isso é feito para assegurar Michael assassine um senador dos EUA. Agora, o ex-soldado tem menos de 12 horas para salvar sua esposa.

A Décima Primeira Hora – Dublado [Dual Audio]
Tamanh0: 700 MB
Formato: DVDrip
Lançamento: 2009

Servidor Download

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Thursday, October 22, 2009

Budapeste: a adaptação para as telas, finalmente...

Eu já tinha comentado que estava ansiosa para assistir à adaptação do Livro Budapeste, do Chico Buarque, para o cinema. Finalmente, este final de semana, consegui alugá-lo na locadora. Gosto muito de prestar atenção a esta troca entre o cinema e literatura, mas costumo me decepcionar com os resultados. E desta vez não foi diferente. O filme não consegue passar para as telas as angústias que o livro provoca no leitor, apesar do excelente diretor, o Walter Carvalho.

O filme, como a maioria das adaptações, teve que deixar de lado algumas passagens importantes, como, por exemplo, o trecho do livro em que José Costa volta ao Brasil, depois de certo tempo, e se depara com o seu filho na rua, mais velho, sem reconhecê-lo. Ou mesmo a solidão de Kriska em uma das idas e voltas de José Costa ao Brasil. No livro, ele sai de Budapeste mais de uma vez depois de conhecê-la. No filme, apenas uma.

Assistindo ao filme, consegui perceber a minha identificação com a história. Durante as minhas viagens, mais de uma vez me peguei com a sensação de estar entrando em um novo planeta diante de uma nova língua, ou de uma que eu não domino totalmente, ou desconheço um de seus sotaques. Imagina com o Húngaro, que no próprio filme comentam que “dizem que é a única língua que o diabo respeita!”. Acho que nunca vi tanta consoante em seguida na vida. Este estranhamento diante do desconhecido me provoca uma sensação maravilhosa. Também me envolve muito pensar que o acaso pode decidir a sua vida, o que acontece claramente na história do livro, mostrada no filme. José Costa chega à cidade por acaso, e nem imaginava a reviravolta que ela provocaria no seu futuro. Uma cidade pode, com certeza, mudar o rumo de muita coisa, interna ou externamente. É isso o que me encanta mais em viajar.

Uma das cenas mais bonitas do filme de Walter Carvalho é uma das primeiras, em que o narrador – o próprio José Costa – diz que achava que Budapeste era cinza, mas ele descobriu que ela era amarela. Apenas um dos sentimentos permaneceu em mim quando vi o filme: a vontade de conhecer Budapeste. Para quem tem curiosidade sobre a capital da Hungria, vale a experiência de assistir ao filme.

Wednesday, October 21, 2009

viajar sem sair da cadeira

Um excelente documentário, que me fez reviver as semanas passadas recentemente no Vietname, sobretudo porque no Sul do país ainda se vive muito de guerra e se respira o orgulho de quem lhe sobreviveu e venceu. Uma perspectiva diferente das que nos habituámos a ver nos filmes ocidentais.

Indochine Stewart Binns, Adrian Wood. Reino Unido, 2009, 91’

Construído a partir de fabulosas imagens de arquivo a cores, Indochine conta a história trágica e corajosa dos povos da Indochina (Vietname, Laos, Camboja), que viveram uma sucessão de guerras ao longo de quatro décadas. A história do colonialismo francês e da opressão, da brava resistência travada contra o Japão, da sangrenta intervenção Norte-Americana em plena Guerra Fria e das sucessivas guerras civis na região.

DocLisboa

Tuesday, October 20, 2009

Always laugh when you can. It is cheap medicine. - Byron

As promised, this edition is dedicated to all things Halloween-ie!  (I may include some gigs and such if I don’t run out of time while writing this…)

Ooooh, spooky…

I’m going to cheat a bit here and lift some info that is already out on another website…Long Island Haunted Houses is a site that lists, well, all the haunted houses here on LI (I’m talking about the ones with the actors here, not the ones that you’d find on Ghost Hunters).

Speaking of Ghost Hunters, there are a lot of people who really enjoy researching the paranormal…I get to hear many of the stories as I research folklore as a hobby.  Long Island Oddities has pages dedicated to the strange stories that are attributed to many abandoned or historic sites, as well as UFO sightings, the Montauk Project, and more.

Pumpkins, cornstalks, and more

There’s little I like better than dressing up my deck in the colors of the season.  Mums and astors, pumpkins and cornstalks…find them all here at Pick Your Own.

American Pie

Nothing says Fall like pie…and no one makes pies quite like Briermere Farms!  Take a road trip and pick up one of these delectable delights, and get your holiday orders in NOW!

A little this ‘n’ that

No party?  No problem!  There are still plenty of things to do on Halloween…just click here for a list!

Well, here come the students for tonight’s workshop…gotta run!  Have an event that should be here?  Email me at cheapdateli@gmail.com…chat soon, you kooky cats!

Monday, October 19, 2009

O Cisne Negro

Você sabe o que é o Cisne Negro? É uma metáfora que descreve um evento de grande impacto, algo que está além das expectativas humanas. Vem do século XVII, quando ciêntistas presumiram que todos os cisnes eram brancos. Estavam errados.

Eu particularmente me dou ao luxo de usar a expressão quando alguém que eu penso conhecer profundamente me surpreende com uma atitude que eu jamais imaginava. Eu sempre estou espero o pior das pessoas e ainda assim me surpreendo.

Quem está na forca essa semana não é nenhum amigo/amiga minha soy jo. O destino que adora me contrariar me pregou um quebra cabeça completo. Sábado, gripe, falta do que fazer, resultado sala de bate-papo over and over again, porém conheci uma pessoa totalmente ao contrário das citadas no post anterior. Não me julgou precipitadamente, super gente boa, conversamos até altas horas e acabamos marcando de nos encontrar no domingo. Por um infortunio também provocado por esse destino traquina acabei não comparecendo, mas ele foi e me esperou até as 20:00.

Enquanto escrevo esse post estamos conversando sobre filmes, livros, trabalho, faculdades, cinema, moda e tudo que se possa imaginar, exceto sexo. Simplismente um achado raro no mundo da internet. Prometo manter vocês atualizados com os fatos, por hora é somente isso. Eu deixo vocês com Black Eyes Peas e eu fico conversando com meu cisne negro. Rsrs

Boa Semana

Sunday, October 18, 2009

Vovó Zona 2

Crítica de Cinema – Texto publicado originalmente em A ARCA, em 02/02/2006.

Atenção para esta história real: um belo dia, alguém cometeu a desastrosa burrada de dizer a um indivíduo chamado Martin Lawrence que ele é engraçado. O pior é que o cara realmente acreditou nisso, e inventou de querer fazer filmes. Assim, o pseudo-humorista apareceu num popularíssimo programa de TV chamado Saturday Night Live e partiu para sua “carreira cinematográfica”. Com a sorte de ver seus “filmes” gerando uma graninha legal, Lawrence encheu-se de confiança e, dominado pelo sentimento “mamãe-quero-ser-Eddie-Murphy”, baseou-se no trágico remake de O Professor Aloprado para protagonizar uma das piores comédias que já assombraram os cinemas. Vovó Zona. História assombrosa, não? Credo.

Seis anos depois da estréia desta tentativa de comédia – que rendeu inexplicáveis US$ 200 milhões só nos EUA -, o conto de horror descrito acima ganha mais um capítulo. Pelo amor de Deus, e alguém aí ainda acreditava que poderia sair algo bom do tenebroso Vovó Zona 2 (Big Momma’s House 2, 2006)? Sério, por mais que eu tente, não consigo encontrar uma justificativa sequer para a existência disto, além de querer arrancar dinheiro dos espectadores desavisados. O pior é que a platéia ianque está adorando. Bah, eles veneram Julia-Chata-Roberts e as “músicas” da Beyoncé Knowles. Não são confiáveis.

Até aí, tudo bem. Todo mundo já sabia que uma continuação de Vovó Zona jamais poderia ser boa. O fato é que Vovó Zona 2 não é apenas um filme ruim. É uma produção APAVORANTE, no pior sentido da palavra, daquelas de fazer qualquer um querer cometer atos horrorosos contra sua própria vida. O longa, dirigido por um certo John P. Whitesell (”cineasta” responsável também por Spot – Um Cão da Pesada), tenta ser engraçado, tenta emocionar e tenta passar uma mensagem edificante ao seu final. Não atinge NENHUM destes objetivos: não tem graça alguma! Não possui uma única piada que preste! Não tem um roteiro coerente! Suas cenas “emotivas” causam enorme constrangimento de tão ridículas que são! Os atores são simplesmente HORRÍVEIS! E pra mim, a única mensagem que esta bomba atômica consegue passar com exatidão é: Martin Lawrence merece ser EXPULSO do planeta. E o cara ainda recebe um salário de 20 milhões de dólares por filme. Vai entender.

A “trama” deste filme (oi?) traz o agente federal Malcolm Turner (Lawrence) em mais um problema. Depois dos eventos do primeiro longa, Turner casou com Sherry (Nia Long), engravidou sua esposa e, com isto, desistiu de seguir carreira como agente, preferindo a segurança de uma mesa no escritório do FBI e uns bicos como “águia” em teatrinhos de escola (?). Só que o cara descobre que alguma mente sórdida encomendou um vírus de computador capaz de desabilitar todo o sistema de segurança dos arquivos secretos do governo. E a única forma de descobrir a identidade do “solicitante” é infiltrar-se como babá-empregada na casa de Tom Fuller (Mark Moses), o homem incumbido de criar o vírus. E então, lá vai Turner voltar à ativa com seu disfarce preferido, a tal da Hattie Mae Pierce, mais conhecida como Vovozona. Cruzes!

A partir daí, o roteiro (pfff…) de Don Rhymer – por sinal, o mesmo meliante que gerou o script da primeira película – desgasta ainda mais todos os batidíssimos clichês de filmes para a família com babás-desajustadas-e-relutantes-que-conquista-os-filhos-do-patrão-aos-poucos (o exemplar mais recente é Operação Babá). Senão, vejam só: tem a filha mais velha, adolescente revoltadinha que entra em conflito com a Vovozona e depois aprende a gostar dela; a filha do meio, criança de seus 10 anos que quer ser cheerleader e conta com a ajuda da “babá” para aprender a dançar; e o filhinho mais novo, que tem a mania de escalar qualquer coisa alta e se atirar de cima (?) e não fala uma única palavra (e adivinhem qual será a primeira palavra dele? Quem disse “Vovozona” acertou… ugh!). E olhe que nem cheguei na parte do “animal de estimação bizarro”. Todo filme do gênero tem um animalzinho bizarro, e este não é exceção.

Bem, até dá pra entender por qual razão o moleque se atira de tudo quanto é lugar. Se já tive vontade de fazer o mesmo só de assistir a quinze minutos desta coisa, imagino se fizesse parte do elenco…

Voltando, e dá-lhe piadas totalmente idiotas do agente vestido de Vovozona nas situações mais esdrúxulas possíveis, como a pavorosa seqüência do day-spa para mulheres (como é possível ninguém notar, nem mesmo a massagista, que a “pele” da mulher é pura ESPUMA?); a conclusão da parte “policial” da história, lotada de furos e praticamente idêntica a todos os longas-metragens similares; e o show da Vovozona no concurso de cheerleaders (sim, esta seqüência infelizmente existe). A única parte que traz um elemento potencialmente engraçado, a seqüência em que Martin Lawrence satiriza a clássica “corridinha” de Bo Derek na praia em Mulher Nota 10, ao final não causa um sorriso amarelo sequer. E a última cena, a cena da carta… sacarina pura! Se você for louco o suficiente para querer conferir ISTO, ao menos tome cuidado com a diabetes. Incrível como uma suposta comédia com quase uma hora e 45 minutos de duração não consegue arrancar uma única gargalhada do espectador.

No entanto, devo dizer que seria errado atribuir todos os, ahn, “méritos” de Vovó Zona 2 a Martin Lawrence. Sim, ele é um péssimo comediante, e fica pior ainda quando tenta atuar a sério. Acho que todos nós concordamos neste ponto, certo? Mas aqui, ele está mais do que “bem acompanhado”: à exceção do filhinho mais novo da família Fuller, engraçadinho e só, nenhum dos atores coadjuvantes têm carisma suficiente para conquistar a platéia. Aliás, repare na “cena de choro” da inexpressiva menina Chloe Moretz (uma já veterana pagadora de micos, visto que deu as caras no broxante Horror em Amityville). É de dar pena. O pior de todos, a meu ver, é mesmo Mark Moses, de Desperate Housewives, como o chefe da casa. Céus, como os executivos da Fox não demitiram este cara ainda no seu primeiro dia de trabalho?

Mas então, não há NADA que se salve nisto? Não, não há. Vovó Zona 2 é exatamente o longa-metragem terrivelmente ruim, constrangedor e sem-graça que todos nós prevemos. Mas o que poderíamos esperar, se o primeiro filme já era um lixo total? Enfim, fazer o quê? Pior é saber que ainda seremos muito assombrados por troços deste tipo, já que o público médio parece gostar de sofrer e dá uma bilheteria ferrada para filmes assim. O jeito é fugir dos cinemas até uma boa alma qualquer decidir tirar esta coisa de cartaz. Que seja logo, por favor.

E por falar em “assombrar”, atenção para esta história real: um belo dia, alguém cometeu a desastrosa burrada de dizer a um indivíduo apelidado Zarko que ele tem certo talento com a escrita. O pior é que o cara realmente acreditou nisso, e inventou de querer trabalhar com jornalismo e cultura pop. Assim, o sujeito arrumou um emprego num certo website, e então…

CURIOSIDADES:

• A maquiagem de Martin Lawrence levava exatamente uma hora e 45 minutos para ficar pronta.

• Poucos sabem, mas Martin Lawrence é… alemão. Sério! Ele nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 16 de Abril de 1965.

• Em agosto de 1996, Lawrence foi preso por desfilar por um aeroporto dos EUA com uma arma carregada na bolsa. Em março de 1997, ganhou sua segunda prisão por ter esmurrado um homem numa boate sem motivo aparente. Por isto, foi condenado a prestar serviços à comunidade. Suas palavras sobre os incidentes: “Ninguém está imune às turbulências da vida”… E o povo ainda paga pra ver os pseudo-filmes deste elemento…

BIG MOMMA’S HOUSE 2 • EUA • 2006
Direção de John P. Whitesell • Roteiro de Don Rhymer
Elenco: Martin Lawrence, Nia Long, Emily Procter, Zachary Levy, Mark Moses.
99 min. • Distribuição: 20th Century Fox.

Papai Noel às Avessas

Crítica de Cinema – Texto publicado originalmente em A ARCA, em 16/12/2004.

Quem nunca sentiu aquela vontade incontrolável de dar uns “crocs” na cabeça daquele insuportável priminho pentelho, mimado e chorão que existe em todo clã que se preze? Levanta a mão quem nunca teve este sentimento, por mais politicamente incorreto que seja. Eu já tive vontade, admito!

Mudando de assunto radicalmente: sejamos francos. O Natal nos cinemas neste ano está de lascar de tão sofrível. Bem, quando digo isso, não me refiro a longas como o já clássico Os Incríveis, que está fazendo a alegria da criançada e dos marmanjões como nós, mas sim a filmes com temáticas natalinas. É uma enxurrada de produções fraquíssimas, que chegam por aqui com uma péssima fama e amargando fracassos retumbantes de bilheteria. Só lixo. Duvida? Então olhe para Um Natal Muito, Muito Louco (horrível filme com Tim Allen e Jamie Lee Curtis, já considerado um dos maiores abacaxis de 2004), Sobrevivendo ao Natal (com Ben Affleck, que de tão “bom” foi praticamente ignorado pela maioria das salas de exibição), Anjo de Vidro (este, coitado, ninguém sabe de onde veio) e a tortura do ano, aquilo que atende pelo nome de O Expresso Polar (leia a crítica d’A ARCA e entenda porque eu mando dizer que não estou sempre que o Pichuebas, o El Cid ou o Fanboy me telefonam).

O que eu nunca poderia imaginar, no entanto, é que o único longa realmente FERRADAÇO nesta “safra natalina” de 2004 apresentasse um Papai Noel completamente tosco: bêbado, fumante como uma chaminé, pervertido e absolutamente boca-suja (!). É exatamente isto que acontece em Papai Noel às Avessas (Bad Santa, 2003), comédia de humor negro que chega às nossas telonas com exatamente um ano de atraso. Não só bom: o longa, dirigido por Terry Zwigoff (do inexplicavelmente inédito por aqui Ghost World), é de molhar as calças de rir. Arrisco a dizer, numa boa, que se trata do melhor filme de comédia que passou pelos cinemas brasileiros neste ano que já está acabando. Se alguém aí acha que estou exagerando, desafio a citar um único longa que tenha feito o espectador gargalhar do começo até o fim, sem apelar para grosserias gratuitas do tipo Todo Mundo em Pânico.

Mas espere aí: grosserias gratuitas? Pois é, apesar de não parecer, Papai Noel às Avessas, mesmo esculhambando o gênero natalino e com um palavrão a cada minuto, é qualquer coisa, menos grosseiro. Ao contrário: o roteiro de Glen Ficarra e John Requa (do infantil Como Cães & Gatos) é bem construído e cheio de tiradas inteligentes. E os tais palavrões e situações “apelativas”, tão alardeados no lançamento do longa nos Estados Unidos, estão dentro do contexto e são bem justificáveis. Afinal, quando se vê o resultado final, percebe-se que seria impossível contar esta história “suavizando” uma única linha do roteiro que fosse. Portanto, não se deixe enganar pela falsa modéstia de alguns pseudo-críticos que malharam o trabalho de Terry Zwigoff. Até mesmo porque não tem nada de tão ofensivo assim.

Bem, o tal Papai Noel tosco e devasso é Willie (o excelente Billy Bob Thornton, se superando a cada trabalho), sujeito beberrão e desbocado. O cara não é má pessoa, como explica de cara na primeira cena do filme. Pois bem, a cada final de ano, Willie põe em prática um plano simples mas engenhoso: ele e seu parceiro, o anão Marcus (Tony Cox, o ladrão de esposas de Eu, Eu Mesmo & Irene, tão engraçado e bom ator quanto Thornton), empregam-se como Papai Noel e seu ajudante Elfo em lojas de departamento, para ter acesso ao lugar e roubá-lo em plena noite de Natal. Assim, os dois garantem sua conta bancária até o próximo Dezembro.

Chega mais um ano e as coisas estão aparentemente as mesmas: Marcus fecha contrato com um shopping gerenciado pelo estranho Bob Chipeska (o falecido John Ritter, em seu último papel no cinema), e lá vão os dois passar uns dias como o bom velhinho e seu ajudante, para manter as aparências. Os problemas começam a pipocar quando Willie mergulha fundo na bebida e começa a comparecer no trabalho travadão e cada vez mais boca-suja, dando umas escapadas para carimbar a mulherada dentro de provadores e mandando “àquele lugar” qualquer um que lhe dirija a palavra – inclusive a criançada!

Este comportamento desperta a atenção do chefe de segurança do shopping, Gin (Bernie Mac, talvez o único ponto negativo), que promete se tornar uma pedra no sapato da dupla. Como se não bastasse, Willie ainda se envolve com a garçonete Sue (a engraçadíssima Lauren Graham, a Lorelai de Gilmore Girls), uma ninfomaníaca obcecada por Papais Noéis (!), e passa a ser perseguido pelo pivete problemático e figuraça que ele chama “carinhosamente” de “the kid” (o hilariante e promissor Brett Kelly), que… Bem, é melhor parar por aqui!

Papai Noel às Avessas é, acima de tudo, um trunfo de roteiro. A história é bem montada, e mesmo com toda a heresia cometida contra a lenda do velhinho batuta, o desenrolar é mágico e passa uma lição bacana de que qualquer pessoa merece redenção – fato este que se desenvolve sem forçar a barra em momento algum, destacando-se aí a ótima cena final. Mas o ponto forte do roteiro não chega a ser tanto seu enredo num conjunto, e sim os fantásticos diálogos. Em determinado momento, por exemplo, um garoto pergunta: “Você é mesmo o Papai Noel?”, ao que Willie responde automaticamente: “Não, sou contador. Uso essa m**** porque é moda!”. Pra se ter uma idéia, imaginem diálogos memoráveis escritos pelos ingleses psicos do Monty Python… mas sem a sutileza típica dos britânicos. Achou esta última fala bacana? Vamos ver então quando um dos personagens soltar o já clássico: “Você é o mais patético verme burro comedor de m**** que já saiu da bunda de um ser humano!”. Vixe! E é um filme natalino…

Lógico que os pontos positivos não param por aí. Tem também as ótimas atuações, principalmente de Thornton e Tony Cox (além de uma participação especialíssima – e não creditada – de Cloris Leachman, como a avó maluca do menino) e a fita termina no tempo exato de não se tornar cansativa. Ao final, Papai Noel às Avessas vale centavo por centavo do ingresso. É bom saber que nem só de porcarias como Todo Mundo em Pânico e American Pie vive o cinema americano de comédia. E agora já posso dizer que os meus gloriosos camaradas d’A ARCA não me odeiam tanto quanto eu pensei. Obrigado, Papai Noel, por ter resgatado meu Natal das cinzas! Quer dizer, isso se aqueles três doidos não inventarem de me mandar pra assistir o filme da Xuxa ou o da Eliana…

Só um comentário breve: é politicamente incorreto, sim. Mas e daí? Quem não adora ser politicamente incorreto de vez em quando? Sinceramente, o filme tranformou em imagens aquela minha vontade reprimida de dar um peteleco na cabeça daquele pivete chorão e mimado que existe em toda família! Yeah!

CURIOSIDADES:

• O diretor Terry Zwigoff se tornou popular no circuito indie ianque quando dirigiu em 2000 Ghost World, versão live-action da cultuada comic book de Daniel Cloves. O longa, elogiadíssimo, narra as (des)venturas das amigas de colégio Enid (Thora Birch) e Rebecca (Scarlett Johansson). Inexplicavelmente, a única passagem de Ghost World pelo Brasil foi através da Telecine, que o exibiu durante um curto período de tempo com o título Mundo Cão. Não passou pelos nossos cinemas e não existe em vídeo, o que é um fato estranho considerando-se que o filme é tido lá fora como um dos melhores dos últimos anos.

• O papel de Billy Bob Thornton foi disputado a tapa por dois grandes pesos-pesados: Jack Nicholson e Bill Murray. Nicholson quase chegou a assinar contrato, mas à epoca das filmagens já estava comprometido com a produção de Alguém Tem Que Ceder; já Bill Murray preferiu se mandar ao Japão para rodar o excelente Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola.

• Billy Bob Thornton admitiu em uma entrevista que se embebedou pra valer em muitas cenas do filme.

• Entre dezenas de filmes, Tony Cox atuou em Star Wars – Episódio VI: O Retorno de Jedi, debaixo da fantasia de um dos Ewoks.

• Papai Noel às Avessas ganhou recentemente uma versão sem cortes, rebatizada Badder Santa, com sete minutos a mais. Esta versão ostenta um recorde de profanações em filmes de Natal: há exatamente 170 usos daquela palavrinha linda que começa com “F”, 74 usos de “shit”, 31 usos de “ass”, 10 usos de “bitch” e pelo menos uma utilização de “bastard”, de variadas formas. Ao todo, são mais de 300 citações a palavrões e expressões de conotação sexual.

• A produção executiva do filme, assim como seu enredo original, é dos Irmãos Coen.

BAD SANTA • EUA/ALE • 2003
Direção de Terry Zwigoff • Roteiro de Glen Ficarra e John Requa
Elenco: Billy Bob Thornton, Tony Cox, Brett Kelly, Lauren Graham, Lauren Tom, Bernie Mac e John Ritter.
91 min. • Distribuição: Dimension Films/Imagem Filmes.

download-O Efeito da Furia-DVDRIP

download-O Efeito da Furia-DVDRIP

Um momento de violência gratuita em um restaurante de Los Angeles, um homem muda as vidas de milhares de pessoas. As vitimas (Kate Beckinsale, Dakota Fanning, Guy Pearce e Forest Whitaker), tentam encontrar o real significado de suas vidas após aquela tarde sangrenta. Seus familiares e amigos tentam compreender e ajudá-los a superarem toda a dor e raiva.

Mas os sobreviventes precisam encontrar seus próprios caminhos neste mundo tão caótico e violento. Um filme que retrata o quanto nossas vidas são vulneráveis e como num estalar de dedos tudo pode mudar.

INFORMAÇÕES DO FILME
Gênero: Drama e Policial
Ano de Lançamento: 2009
INFORMAÇÕES DO ARQUIVO
Tamanho:803 MB
Àudio: Português-Ingles
Legenda:No Post
Formato: AVI
Qualidade: DVDRip
Servidor: Uploading


Uploading

Saturday, October 17, 2009

Número 8: O dos bastardos

A melhor coisa da semana aconteceu nessa sexta-feira a tarde e começo de noite.

Eu e Thaís fomos no cinema ver “Bastardos Inglórios“. Simplesmente fantástico! Quentin Tarantino é o cara. Esse filme merece todos os Oscars que podem existir. E olha que sou absurdamente crítico com filmes. Pra eu gostar tem que ser muito bom mesmo!

Estou simplesmente de alma lavada. Minha alma judia está agradecida a Tarantino (tá eu não tenho nem uma gota de sangue judia, mas me senti vingado desses porcos nazistas).

O sarcasmo de Tarantino é absurdamente delicioso. Ver nazistas sendo torturados e pagando por tudo que fizeram é o sonho acho que de 90% da população mundial. E o meu também! (Acho que menos para as velhinhas que estavam atrás de nós. Saíram na primeira cena, com a frase “Não aguento ver essas coisas não). E ver aquele Hitler criado pelo Tarantino valeu o ingresso! 

Faltam palavras pra descrever a obra-prima feita por Tarantino. A fotografia, passando pelos cenários, pelos figurinos, produção, roteiro, tudo impecável. E a trilha sonora então? Nem se fala.

Os atores ótimos também. Destaco (e muito) a atuação do Christoph Waltz. Eu desconhecia esse ator. Merece todos os prêmios que possam existir para ator coadjuvante. Fantástico! O melhor do filme. Até Brad Pitt (que acho um ator ruim) deu conta do recado. Interpretou muito bem e me provocou muitas risadas. Acho que o melhor papel da carreira dele.

Foram sem dúvida os melhores 162 minutos da minha semana. E fechou a mesma com chave de ouro! “Bastardos Inglórios” já está na lista dos meus tops do Cinema com toda certeza.

Friday, October 16, 2009

Serious Forms of Flattery?

Tom Ford’s new movie ‘A Single Man’, looks like a total yawn fest. Seems he’s been rummaging through Pedro Almodovar’s archive. Below is an example amongst the numerous found in the trailer. A still from ‘A Single Man’, followed by Almodovar’s ‘All About My Mother’.

Abel Korzeniowski, the film’s composer seems to be channeling Almodovar’s Alberto Iglesias.

Click ‘play’ and prepare for the longest 2 minutes……

Thursday, October 15, 2009

Non sparate sul regista

L’occasione per prendersi una bella rivincita era invitante: proprio quei fondi pubblici che si volevano togliere al  cinema  e al teatro sono stati utilizzati per  Barbarossa, polpettone medieval/fantasy che dovrebbe celebrare  Alberto da Giussano. Sponsorizzato e voluto fortemente dalla Lega, ha già ricevuto pesantissime critiche: sceneggiatura inesistente, attori “bolliti”, mancanza di logica, faciloneria. Insomma, parlarne male sarebbe come sparare sulla crocerossa. Dunque, dopo una tiratina d’orecchi a  Rutger Hauer  e a  F. Murray Abraham  (cosa non si farebbe per un piatto di lenticchie), vorrei esprimere tutta la mia solidarietà a  Renzo Martinelli, il quale, da professionista serio, ha accettato di dirigere questo film su commissione. Già regista di pellicole interessanti come  Vajont  e  Sarahsarà, nonché docente, produttore di moltissimi videoclip tra gli anni settanta e ottanta e laureato in lingue e letterature straniere, si è preso questo rischio e ne pagherà tutte le conseguenze: troppo pericoloso criticare il meccanismo dei finanziamenti pubblici, per i  vari  addetti ai lavori è di gran lunga più sicuro gettare fango su di lui. Eppure, è uno dei pochi  italiani  che è riuscito a girare un kolossal: sgangherato, brutto, noioso, ma pur sempre un  kolossal, con panorami immensi, scene di massa ed effetti speciali. Quasi come quelli che invidiamo all’America.

Eles são os Bastardos, vai encarar?

Por Camila Benedito

Quem encararia um grupo de extermínio aos nazistas, em busca de escalpos de no mínimo 100 cabeças?

O recente filme do diretor Quentin Tarantino, “Bastardos Inglórios”, chegaria ao Brasil no dia 23 de outubro, mas foi antecipado para o último dia 9 devido ao seu grande sucesso nas bilheterias e sua pré-estréia aconteceu dois dias antes no Festival do Rio.

“Bastardos Inglórios” é uma ficção que tem como cenário, na Segunda Guerra Mundial a França sendo dominada pelo império alemão. Duas tramas no filme se entrelaçam. Enquanto Shosanna (Mélanie Laurent) testemunha sua família ser morta pelo caçador de judeus, o Coronel Hans Landa (Christoph Waltz), do outro lado da Europa um grupo denominado Bastardos é liderado por Aldo (Brad Pitt) com a missão de exterminar os nazistas, fazendo-os sentir na pele todo o sofrimento causado.

Após ter escapado de ser morta, Shosanna ao longo de alguns poucos anos troca de identidade e torna-se dona de um cinema. Um glorioso soldado dos nazistas se encanta pela garota e ao conquistar um papel de astro nas telas, devido aos seus feitos heróicos, deseja que seu filme estreie neste mesmo cinema.

Os segmentos se cruzam quando os Bastardos são designados a Operação Kino, são encarregados de exterminar os espectadores dessa sessão e contam com a ajuda da atriz alemã Bridget von Hammersmart (Diane Kruger) para se infiltrarem no local.

O desejo de vingança vindo de Shosanna em incendiar o local e o sangue frio dos Bastardos, são aguçados pela presença de Adolf Hittler na grande noite. 

Mesmo tratando-se de um filme que relata alguns acontecimentos drásticos da Segunda Guerra, o sarcasmo e irônia não são deixados de lado. Há cenas de humor misto à violência, principalmente do personagem Aldo, que é obcecado em exterminar e esculpir suásticas nas testas de suas vítimas e esconde no seu charme todo o dom que tem para a crueldade.  

Mais dos Bastardos?

Antes de ser lançado o ”Bastardos Inglórios”, já era cogitado uma continuação do filme, abordando cenas que envolvam soldados negros presos atrás de linhas inimigas. Quentin Tarantino disse já ter um roteiro pela metade, que inicialmente seria usado para ser uma subtrama do filme atual.

   

“Pode ser uma “prequel” ou uma continuação, ainda não decidi. Estou pensando. Estou muito intrigado em levar os personagens a partir daqui ou explicar como chegaram aqui. Vou continuar escrevendo para ver o que acontece”. 

 

 Tarantino quer explorar mais saga de “Bastardos Inglórios”. O produtor Harvey Weinsten em entrevistao à revista GQ, afirmou que “Bastardos Inglórios 2″ é uma idéia a ser levada a sério, não é só mais uma promessa. 

 

   

 

 Trailer de “Bastardos Inglórios” 

 Dados do filme

Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, BJ Novak, Mike Myers, Michael Fassbender, Diane Kruger, Til Schweiger, Julie Dreyfus. Direção: Quentin Tarantino Gênero: Guerra Duração: 162 min. Distribuidora: Paramount Pictures

 ONDE e QUANDO assistir, clique aqui!

'I'm up to my Neck in being an American, whether I like it or not'

Wallace Shawn – you know, Wallace Shawn, man of wit and letters, agreeable suppers with theatre directors,  and potentially poisoned cups of mead, has some things to say about life.  Haymarket Books have gathered his elegant essays in a book which turns out to be one of the wisest and most pleasurable I’ve read in a while.  He riffs on topics as varied and inextricably connected as the relationship between artists and the corporations who fund so many of us, the dependability of sex and our inability to talk about it, and what he considers the detachment from morality that occurs when you stop noticing the connection between imperialism and you.  You can hear his inimitable voice as you read, and, for myself at least, might rather wish you were discussing this with him in a cafe, just like he does with Michael Moore in ‘Capitalism: A Love Story’.

The most striking thing about Shawn’s writing is how seriously he takes the artist’s vocation to re-humanise the world.  He knows that he is complicit in oppression, simply because the global structure deems it so; and he knows that by art and kindness he can up-end the scales of history.  It’s a rich and challenging experience to read him, because he goes beyond the typical blame-everybody else-my-view-of-the-world-is-just-fine-thank-you-very-much rhetoric that tends to dominate these days.  He wants to write about life in a way that allows for the possibility of change on his own part, not just those he’s angry with.  I’m still reading this super little book, but for now, here’s some wisdom from Wallace, that I’d like to let speak for itself:

From the Introduction: ‘My congenital inability to take the concept of inviolable ’self’ seriously – my lack of certainty about who I am, where I am, and what my ‘characteristics’ are – has led me to a certain skepticism, a certain detachment, when people in my vicinity are reviling the evil and alien Other, because I feel that very easily I could become that Other, and so could the reviler.’

On Patriotism:’For people who are already in love with themselves, who worship themselves, who consider themselves more important than others, more self-esteem is not needed.  Self-knowledge would be considerably more helpful.’

On Morality:  ‘Everyone knows that … goodness exists, that it can grow, or it can die, and there’s something particularly disingenuous about extricating oneself from the human struggle with the whispered excuse that it’s already over.’

More from Mr Shawn here:

*Image above from Cinema Strikes Back

Duplas dinâmicas

Não sei qual dupla me deixa mais feliz. Se é o retorno da já conhecida parceria entre Michael Haneke e Isabelle Huppert ou se é a estreia do duo Gus Van Sant e Bret Easton Ellis.

Ellis e Van Sant são dois grande autores sobre a juventude. O primeiro escreveu um dos marcos da literatura americana de 80, Abaixo de Zero, um vigoroso retrato da pós-adolescência. O segundo é um poeta audiovisual, diretor de obras como Elefante e Paranoid Park. Apesar de o projeto que Ellis e Van Sant vão escrever juntos abordar personagens um pouco menos jovens, parece um tema perfeito para a dupla. Trata-se de um roteiro baseado em um artigo que saiu na Variety, sobre um casal de artista cometeu suicídio. Ninguém sabe muito bem o que há por trás desta história, mas após muitas pesquisas feitas em decorrência da morte de ambos, foi descoberto que eles viviam em um estado de paranóia, achavam que eram perseguidos por governo, por organizações religiosas, como a Cientologia. Em uma das passagens do artigo, a jornalista Nancy Jo Sales, diz que existem muitos textos jornalísticos que falam sobre a perseguição feita pela Cientologia. Em um deles, o autor Richard Behar afirma que a religião é “um lucrativo e global empreendimento que sobrevive intimidando membros e críticos, como na Máfia”. Behar foi processado. Enfim, nada disso pode ser provado, mas o fato é que os artistas estavam sendo perseguidos (na realidade ou na mente deles).

Já Haneke e Huppert estarão juntos para fazer uma obra sobre a velhice. Não há muitas informações, mas só um pequena notinha sobre a trama mostra que o diretor austríaco continuará provocador como sempre. O filme tratará sobre o desgate físico na terceira idade e toda humilhação que isso pode envolver. Dizem, segundo o blog Playlist, que terá muita música no meio do filme. Haneke ainda contará com Jean-Louis Trintignant, ator ganhador de Cannes por Z, com 78 anos nas costas.

Ah, para quem quiser ler o ótimo artigo da Variety, é só clicar aqui.

Prelúdio Para Matar (Dario Argento, 1975)

- por Bernardo Brum

Poucos foram os diretores que compreenderam os mecanismos do cinema tão bem quanto Dario Argento em Prelúdio Para Matar. Após demonstrar uma nova maneira de se fazer cinema de horror em seus primeiros filmes – a “trilogia dos animais” formadas pelas obras O Pássaro das Plumas de Cristal, Quatro Moscas no Veludo Cinza e O Gato das Nove Caudas – herdados do trabalho de gente feito Mario Bava em seu Seis Mulheres Para o Assassino, mostrando uma nova forma de mesclar elementos de suspense e brutalidade gráfica com um refinamento estético impressionante, tudo em prol de elevar o cinema que ainda rascunhava a uma experiência perturbadora. Porém, como reza o velho clichê, nada preparou o mundo para o ano de 1975.

Prelúdio Para Matar é uma obra-prima sem precedentes ou paralelos na obra de Dario Argento.  Quando alcançou a maturidade cinematográfica, o diretor marcou os anais da cinematografia italiana e mundial com uma insuperável catarse da violência. Cada segundo de Prelúdio Para Matar parece ter um único e bem resolvido objetivo: deixar os nervos em frangalhos, a percepção sensorial atordoada e a mente violada com tamanha atmosfera construída. São poucos os filmes do próprio diretor que podem se dar o orgulho de competir com o universo distorcido, labiríntico e atordoante da obra. Dario não poupa esforços e não faz nenhuma concessão se o assunto é violar o espectador.

Sacana que é, o diretor se baseia levemente no conceito de Depois Daquele Beijo, de Antonioni (inclusive pegando o ator protagonista emprestado, David Hemmings), no que tange à construção de imagens e seus efeitos e consequências, assim como a única fonte possível dessa imagem sendo a lembrança que terá de ser perseguida, e joga numa história que em outras mão poderia até soar meio clichê: uma testemunha de assasinato se une a uma repórter para investigar o crime, e no meio do caminho percebem que o assassino está seguindo os passos deles. Um enredo tão simples e que já foi utilizado por tantos outros diretores, nas mão de Argento vira de cabeça pra baixo; quando só vemos os planos detalhes do corpo do assassino, quando ouvimos a trilha sonora cortante e sombria do grupo Goblin e testemunhamos a fotografia praticamente expressionista que deixa luzes e sombras pra lá para concentrar tudo na cor vermelha que percebemos que não estamos diante de qualquer filme. E aí, quando o espectador se transfigura no assassino, que percebemos que o roteiro comum, que a referência de Depois Daquele Beijo e esses elementos pervertidos convergem em um único ponto: a grande sacanagem de Dario Argento.

Ser vítima de agressão de qualquer gênero, sem o nosso consentimento, já constitui crueldade. Em Prelúdio Para Matar, então, o buraco vai mais embaixo: aqui, nós que vamos perseguir as vítimas, entrar em seus aposentos sem elas perceberem, nos escondermos quando elas se aproximarem e por aí vai, nos mais geniais (é, não tem outra palavra) sequências de travelling de câmera subjetiva de cinema. Sem o nosso consentimento. Nós iremos derramar um rio de sangue e ficarmos horrorizados por isso logo após. Só um pervertido como Dario Argento para entender essa característica que só o cinema pode fazer: nos jogar dentro de um ambiente de luz, imagem e som não para correr de um assassino, mas para sê-lo. Depois de uma experiência como essa, a câmera em primeira pessoa de, sei lá, A Bruxa de Blair e [REC] são brincadeira de criança.

Prelúdio Para Matar é a própria ópera italiana convertida em cinema de horror por excelência. As interpretações sempre serão exageradas,a violência urbana abordada à época de forma hiper-realista nos Estados Unidos é guiada à base de pompa e delírio. A verossimilhança é mandada à merda. Dario Argento, nós e o assasino temos um orgasmo sensorial à cada assassinato. O que é convicente para nós é caretice e pensamento pequeno para o diretor. Ele vai nos tirar o chão e o ar a todo momento que lhe for conveniente. Não há limites no pesadelo de Argento. Há sangue, em sua enésima potência, inundando tudo, rompendo janelas, paredes, olhos, carne e psique. Não há como sair impassível ou indiferente. Ou saímos impressionados  ou detestando. Mas, invariavelmente, violados.

5/5

Ficha Técnica: Prelúdio Para Matar (Profondo Rosso) – 1976, Itália. Dir.: Dario Argento. Elenco: David Hemmings, Daria Nicolodi, Gabriele Lavia, Eros Pagni, Clara Calamai

O Sétimo Selo [Det sjunde inseglet] Suécia, 1957]

(Re)assiti ao filme várias vezes recentemente, pois passei para meus alunos da graduação na faculdade. Já falei do filme em 2007 no meu antigo dadagaio. Só gostaria de acrescentar que achei o filme mais brilhante, mais teatral, mais expressionista, mais simbólico, mais alegórico, mais horrendo e ao mesmo tempo mais esperançoso. E novas considerações para a obra-prima, do tipo: a última palavra da cena de morte final é dada a uma personagem que fica muda durante todo o filme…
Enfim, arte maior que a vida, como eu já li por aí e adoro repetir por aqui.D

Tarantino na guerra de opiniões

No site Metacritic, que compila as avaliações dos principais críticos americanos, Bastardos Inglórios está com a média 69, bastante baixa para filmes de primeira linha. As opiniões que tenho lido e ouvido por aqui também são divididas. Lembram uma cena do filme, tipicamente tarantinesca: um oficial alemão e um dos “bastardos” mantêm pistolas apontadas para os respectivos testículos debaixo da mesa do bar. Para uns, é o melhor filme de Tarantino, uma aula de cinema e de história do cinema. Para outros, é o mais chato e gratuito superespetáculo da temporada.

Embora admire o estilo e a non-chalance do diretor para filmar o que lhe vier na cabeça, minha pistola está na mão da segunda turma.

Tarantino filma magnificamente – e isso fica claro seja numa mera conversa de dois personagens, seja numa cena estrepitosa como o incêndio na pré-estreia do filme nazista. O problema é a ausência de maior sentido para a fantasia multigêneros que ele tirou da cachola em Bastardos Inglórios. Tarantino me parece um garoto superdotado que, depois de fazer algumas obras de arte, cresceu e se pôs a atirar os brinquedos para o alto.

Não é o caso de cobrar qualidades caretas como verossimilhança ou coerência histórica de um filme que se arroga o descompromisso de um gibi barato, uma pulp fiction. O que importa é a festa de referências que vão de John Ford a Sergio Leone, Mel Brooks, o próprio Tarantino e mais algumas dezenas de diretores, atores, filmes e gêneros. O que interessa é driblar a História com golpes de cinema, fornecendo a catarse suprema de ver a cúpula nazista explodir por inteiro. Mas Tarantino também sabe frustrar as expectativas catárticas, como demonstram as mortes a granel nos dois lados e o desfecho quase, digamos, carinhoso dado a um dos piores vilões.          

O filme tem a exuberância estilística habitual e algumas ironias de tirar o chapéu. O clímax do romance entre a judia Shosanna e o herói nazi Frederick Zoller, na cabine de projeção, é um primor de construção dramatúrgica. Mas esses momentos grandiosos são relativamente raros num filme que se arrasta através de longas conversações e clichês nem sempre bafejados pela graça paródica. Minha sensação foi de assistir apenas à demorada e barroca preparação de uma penúltima sequência memorável.

Ao adulto presunçoso e perdulário, prefiro o menino brincalhão que nos brindou com filmes substantivos em sua irreverência, como Cães de Aluguel, Pulp Fiction e Jackie Brown.  

“La doppia ora”

2009: La doppia ora di Giuseppe Capotondi

Molto applaudito ed apprezzato dal pubblico alla Mostra del Cinema di Venezia e al Festival di Toronto, ha ricevuto critiche quanto mai discordanti.

“Un film ben congegnato, e non era facile” secondo Repubblica, “Storia confusa e inconcludente” per La Stampa, “..al mistery conturbante subentra un cattivo melodramma” nota Il Fatto Quotidiano, “Fantastico film” scrive Il Foglio.

Per Cinematografo.it “La doppia ora resta un buon thriller rovinato da un pessimo melodramma. Un ibrido irrisolto, a metà tra l’esordio promettente e l’occasione sprecata”, al contrario per Variety “Un film che cambia continuamente genere e ne esce vittorioso”.

“Una storia d’amore venata di mistero”, così Giuseppe Capotondi (finora noto per video musicali e spot pubblicitari) ha definito la sua opera prima, un lavoro che si caratterizza per il mix di poliziesco melo horror noir, mescolando generi diversi non sempre compatibili. Spaziando dal giallo al drammatico, con un occhio di riguardo all’approfondimento psicologico dei personaggi (ma con qualche lacuna nella sceneggiatura), La doppia ora vede Polanski, Hitchcock, Lang come modelli ispiratori. Questo non significa che il film sia all’altezza delle opere degli insigni Maestri ma è indubbia la presenza di un sapiente dosaggio della suspense, di un buon ritmo, di una notevole abilità nel porre dubbi allo spettatore. Si aggiunga una Torino notturna particolarmente suggestiva, cupa e malinconica, fotografata non convenzionalmente e che contribuisce non poco alla eleganza visiva dell’intero lavoro.

Un film anomalo nel contesto della nostra cinematografia, un film che forse non tutti gradiranno ma che merita di essere visto.

Ksenia Rappoport e Filippo Timi lodevolmente misurati ed equilibrati.

p.s.

La sceneggiatura ha avuto una menzione al Premio Solinas, a Venezia i due protagonisti hanno vinto  l’uno il Premio Pasinetti e l’altra la Coppa Volpi per le loro interpretazioni e il film è stato giudicato la migliore opera italiana dalla giuria di Arca Cinema Giovani.

A detta del regista, Hollywood si è innamorata della storia e pensa a un possibile remake.

scheda

sito ufficiale


Glorioso bastardo

Minha emoção e expectativa ao assistir um filme de Quentin Tarantino no cinema eram incomensuráveis (!). Explico: 1) Pulp Fiction é meu filme favorito de todos os tempos 2) Cães de Aluguel e Kill Bill 1 e 2 entram no meu Top20 fácil, fácil. 3) Não cheguei a ver a saga da noiva lutadora no cinema, muito menos o último filme do diretor, Deathproof 4) Sem mencionar o fato de que Quentin Tarantino, juntamente com Martin Scorsese e Woody Allen, formam a minha “Tríade Sagrada” do cinema.

Tamanha expectativa poderia prejudicar a qualidade da maioria dos filmes que eu pudesse ir assistir. Mas estamos falando do diretor que já vendeu roteiros para Tony Scott e Oliver Stone para pagar seu primeiro filme (isso segundo a lenda, claro). Nunca é um erro se empolgar com a possibilidade de ver um filme de Tarantino. Pelo contrário – é de se maravilhar a habilidade que ele tem de superar expectativas e, entre outras coisas, usar elementos parecidos em todos os seus filmes mas que jamais soam datados ou sequer carregam consigo um clima de déjà vu.

Agora que percebi que ainda não falei o nome do filme que é a razão de existência dessas linhas: Bastardos Inglórios – sétimo filme de Quentin e seu segundo lançamento em dois anos. A película é sobre um grupo de soldados americanos judeus que vão para a França e, sob o comando do Tenente Aldo Raine (Brad Pitt, numa atuação impagável e hilária), espalham um certo temor pelo exército nazista com a fama de escalpelarem qualquer ser humano que tenha simpatia pela suástica.

"...and I want my scalps."

Bastardos conta com todos os detalhes que fazem dos filmes de Tarantino obras tão cultuadas – estão lá a violência excessiva e, na maioria das vezes, gratuita; os diálogos rápidos e mais que afiados; personagens que beiram caricaturas; a divisão do filme em capítulos; trilha sonora com músicas à la Ennio Morricone e western spaghetti; enquadramentos peculiares e por aí vai…

Apesar de ter em seu elenco estrelas como Brad Pitt e a estonteante Diane Kruger, o filme se sustenta em boa parte de sua duração em nomes não tão conhecidos como a lindííííííssima Mélarie Laurent, Eli Roth (O Albergue), Daniel Brühl (Edukators) e, é CLARO, Christoph Waltz – o ator simplesmente rouba a cena em todas suas participações. Fato este que rendeu a Christoph a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano. Nada mais merecido para uma performance que exigiu de Waltz uma fluência espantosa em 4 idiomas diferentes, trejeitos eloquentes e mudanças sutis e impecáveis de semblante em determinados momentos.

Como já falaram por aí, Basterds é tudo, menos um filme de guerra. A guerra é, no entanto, um perfeito pano de fundo para uma história envolvendo muito mais temáticas vingativas e raciais do que o combate propriamente dito. A violência existe – e como! -, obviamente. Mas ela faz muito mais parte do universo tarantinesco, onde dedos enfiados em ferimentos de revólver e pancadas na cabeça com taco de beisebol são mais que aceitáveis, do que de um possível universo de segunda guerra retratado no filme.

Aaaaah, Mèlanie Laurent... (/suspiro)

Assistir Bastardos Inglórios na telona foi uma experiência inesquecível, exatamente como achei que seria – um filme sensacional e que já é, pra mim, o melhor do ano (calma, ainda não assisti Distrito 9). Um filme que mostra a maturidade de umas das grandes cabeças do cinema dos últimos 17 anos. Um filme com cenas de comédia e drama que se tornarão clássicas. Um filme que, mesmo com seus longos 150 minutos, acaba e deixa seus espectadores implorando por mais escalpos.

E, para quem já viu o filme, a MINHA resposta para a genial e algo metalinguística (e muito prepotente, diga-se de passagem) pergunta de Brad Pitt para seu companheiro bastardo que encerra o filme: Não, Tarantino. Sua obra-prima foi feita há 14 anos. Mas você chegou muito perto. Muito.

On <em>The Invention of Lying</em>

On Sunday, during a weekend trip home, I saw The Invention of Lying with my girlfriend. My girlfriend said she had expected the picture to be funnier, but I just thoroughly enjoyed it. I laughed. I cried. I smiled with simple joy.

Something I had read before I even saw the film is that it was shot in Lowell, Massachusetts, near my hometown. For this reason most of the locations felt very familiar, and I even recognized a specific landmark – the headquarters of The Sun.

Ricky Gervais, co-creator and star of the BBC sitcom The Office co-wrote, co-directed, and starred in The Invention of Lying. But although Gervais’s character remains the most compelling throughout the story (and manages to make both himself and Gervais look like a genius), the film features stars left and right in a variety of roles, from Tina Fey playing a disgruntled office assistant to Philip Seymour Hoffman as a Bartender. And somehow they all seem to belong together.

The film takes place in a parallel universe where nobody has ever told a lie or created a fiction of any kind. Then our protagonist, in a desparate crisis, tells a blatant lie – the world’s first – and discovers a newfound ability to change his world. But he doesn’t stop at lying. In fact, the film could have been titled The Invention of Lying, Fiction, Thinking Beyond Appearances, Spirituality, and Other Fun Stuff. But that would be an absurdly long title.

The film manages to tackle skillfully several tough topics: suicide, the loneliness of elderly people (who in the film inhabit a place called A Sad Place for Hopeless Old People), death, religious debate, and ulterior motives in marriage. Most of the time it’s funny, occasionally it’s very sad, and sometimes it’s simply cheerful. But it’s always compelling. As a viewer I give this movie my approval.

Favreau esta fora dos Vingadores Norton de Homem de Ferro 2

A MTV confirmou nesta quarta feira que Jon Favreau não vai dirigir o longa dos Vingadores, isto porque após a conclusão de Home de Ferro 2 ele estará envolvido na adaptação “Cowboys and Aliens”.

 

Além disto, Favreau confirmou que Edward Norton não fará nenhuma ponta no longa do Cabeça de Lata.

Contudo a Marvel deve anunciar logo um diretor para os Vingadores, já que a estréia esta prevista para o verão de 2012.

Anunciadas atrações da 33ª Mostra Internacional de Cinema

Começou o que os cinéfilos e apreciadores da sétima arte tanto esperavam!

13/10/2009 – 9:37
Por Redação Salseiro

A Fita Branca, de Michael Haneke foi o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes

Os diretores da Mostra de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff e Renata de Almeida, receberam a imprensa especializada, apoiadores e patrocinadores para entrevista coletiva na sala 02 do cinema Unibanco Arteplex Frei Caneca, durante a qual anunciaram as atrações da 33ª edição do evento. Durante a conversa com os jornalistas, Renata e Cakoff falaram sobre os principais assuntos em destaque este ano, a começar pelo pôster de 2009, que leva a assinatura da dupla Os Gemeos, os grafiteiros paulistanos Gustavo e Otávio Pandolfo. Mario Antônio Araújo, Subchefe da Divisão de Promoção do Audiovisual do Itamaraty – Ministério das Relações Exteriores, explicou os procedimentos de outorga do Prêmio Itamaraty, que pela primeira vez será concedido durante a Mostra, além de anunciar a nova categoria ‘Documentários’ e o aumento do valor dos prêmios distribuídos. Renata destacou a participação da Mostra como evento participante do ‘Ano da França no Brasil’, cuja parceria foi comemorada por Danilo Santos de Miranda, presidente da Comissão do Ano da França no Brasil. “É uma honra estar aqui”, disse, “A Mostra luta o bom combate em relação ao cinema há muitos anos e sempre deu espaço a realizadores de todo o mundo, inclusive da França”. Miranda também contou que o SESC fará o ‘Esquenta Mostra’, evento no qual filmes que já passaram pelo festival serão apresentados no CineSesc, de 9 a 20 de outubro. “Também teremos a presença de Fanny Ardant, que vem como diretora estreante e receberá homenagem, ainda que não saiba, porque não gosta disso”, brincou Renata se referindo à estréia da diva do cinema francês na direção de um longa-metragem, Cinzas e Sangue (Cendres et Sangre), uma das atrações da Mostra. Questionado sobre as exibições em salas no centro da cidade, Cakoff disse que “No passado, o Centro sempre esteve na Mostra, mas não adianta renovar o lugar só na fachada.” Segundo os organizadores, o próprio público pede para que as sessões realizadas na região central terminem cedo, com medo da violência. Este ano, a Mostra teve recorde de filmes inscritos – mais de 700 – e ambos os diretores foram enfáticos ao relatarem a dificuldade de escolherem os cerca de 400 filmes que compõem a programação deste ano. Para eles, o que delimita o número é a quantidade de salas, não a vontade da organização. O amor da Mostra pelo cinema também se reflete pelo lançamento do livro ‘Os Filmes da Minha Vida’, editado pela Imprensa Oficial do Estado, recordando um ciclo de debates realizado o ano passado e que terá sua segunda edição na 33ª Mostra, gerando o segundo volume do livro, a ser lançado em 2010. A vinda de produtores suecos para o Brasil em busca de coproduções e possibilidades de financiamento também foi enfatizada, assim como as oficinas que o diretor de fotografia Christian Berger, de ‘A Fita Branca’, de Michael Haneke (vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes), realizará durante a Mostra, em um dia voltado a estudantes e outro para profissionais do ramo, nos dias 3 e 4 de novembro. Por fim, a retrospectiva do cineasta Theo Angelopoulos, “Um eterno convidado da Mostra”, segundo Cakoff – e a homenagem ao produtor e diretor italiano Gian Vittorio Baldi, foram comentadas pelo diretor. Após a coletiva, os convidados assistiram ao novo filme do diretor Terry Gilliam, uma das atrações mais aguardadas da 33ª Mostra, ‘O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus’, último longa-metragem estrelado pelo ator Heath Ledger, que também conta com Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law.

australia

Dados técnicos:
Filme: Austrália
Austrália / Estados Unidos , 2008 – 165 min
Gênero: Aventura / Romance / Drama / Guerra / Faroeste
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Stuart Beattie, Baz Luhrmann, Ronald Harwood, Richard Flanagan
Elenco : Nicole Kidman, Hugh Jackman, David Wenham, Jack Thompson

Pelos dados técnicos já dá pra sacar o filme. Olha a quantidade de gêneros!
Pois é, isso é Austrália, o diretor Baz Luhrmann (de Romeu & Julieta e Moulin Rouge) deu uma “pequena” exagerada, tem umas 3 histórias diferentes em um filme só, é romance, faroeste e filme de guerra.
Fora as citações a “O Mágico de Oz”, uma mistureba só! Acho que o filme seria excelente se tivesse focado no romance ou no faroeste. Mas mesmo assim, eu gostei do filme! Quem quiser arriscar, assista!

Observação (nada a ver): Hugh Jackman é demais! =P

Cinema: Psycho - 1960 - Alfred Hitchcock

Psycho

Director:
Alfred Hitchcock

Anthony Perkins   …   Norman Bates
Vera Miles   …   Lila Crane
John Gavin   …   Sam Loomis

Hoje foi dia de cinema de novo na Velha! Gostava de poder comentar o filme de hoje mas.. depois da primeira morte, adormeci :/ Já só acordei para ver o fim. Oh, se eu contasse os sitios onde já dormi…

Psycho 1960 Alfred HItchcock Janet Leigh

Psycho poster

Janela Indiscreta - Grace Kelly

O filme Janela Indiscreta do gênio Alfred Hitchock, ótimo, excepcional! Com uma trama simples prende o telespectador até o final mesmo na alta madrugada!
Mas também preciso falar do figurino da diva Grace Kelly: magnífico, um luxo…. saias fluídas, corpo acinturado, muitas pérolas ….lindo… a responsável é Edith Head
uma grande figurinista de Holywood… mas adoro filme antigos principalmente por conta dos figurinos que eram tão glamurosos e também da ingenuidade… acho que por isso são inesquecíveis.
Hoje é muito nu… muito decote… muito pouco pano…Vc é capaz de dizer um filme com um grande figurino nos últimos tempos? (não vale o Diabo veste Prada, Sex and The City e os de época como Maria Antonieta e A Duquesa). Ficou difícil, né?

Após os humanos, bonecos de pano

Por Paulo Lima

A um prosaico boneco de banco é delegada a messiânica tarefa de salvar o mundo. A proposta de narrativa soa um tanto apelativa e, por vezes, infantil. O estreante Shane Acker ainda não possui na direção uma marca de confiança. E logo se cai no ledo engano de subestimar “9 – A Salvação”, uma animação que vai além das expectativas. Se tem por trás a produção de Tim Burton, que esbanja a sua conhecida sensibilidade em relação à solidão e à diferença, e do russo Timur Bekmambetov, que possui competência em retratar a violência e a destruição do mundo físico e espiritual.

Apesar dos elementos taciturnos, que vão desde o cenário até os próprios personagens, “9″ está longe de ser um filme de terror. O título remete ao protagonista, um boneco feito de saco de juta, remendos e sofisticadas mãos metálicas, que desperta em meio a inúmeros enigmas, que consomem, do início ao fim, tanto o personagem quanto o público. Mergulhado num mundo pós-apocalíptico árido e hostil, no qual os humanos perderam a guerra contra as máquinas, segue com sua busca por saciar as necessidades mais primitivas, assim como encontrar um lar, um propósito e uma comunidade.

Logo o boneco de número 9 descobre que faz parte de uma série onde restam poucos sobreviventes. O primeiro a encontrar é 2, um perito em ferramentas, que dá a ele a voz e o conforto de saber que existem mais outros, sendo imediatamente abatido por uma fera robótica. Os demais mencionados são 1, que se autoproclamou líder e vive acovardado; 8, um guarda-costas troglodita e boçal; 5, afável e subjugado; e 6, que é autista e tem visões. O bando sofre um abalo com a chegada de 9, que contesta a postura de apenas se esconder e nunca confrontar o perigo.

De certo, um dos aspectos marcantes do filme é o visual maravilhosamente cunhado, com ênfase para as surpreendentes texturas dos personagens, feitos de juta, estopa e malha, e a riqueza de detalhes dos robôs assassinos, híbridos de máquinas e animais. A atmosfera lúgubre, densa e misteriosa é envolvente até certo ponto; depois, cansativa. No entanto, o grande chamariz fica por conta da bem sucedida trama que caminha por entre os planos concreto e abstrato, numa mistura de escombros, peças mecânicas e corpos com magia e sentimentos.

* * *

OBS.1: Se bonecos feitos de pano causam estranhamento, assumindo seu lado escritor, Tim Burton apresenta vários outros personagens ainda mais inusitados no polêmico “O Triste Fim do Pequeno Menino Ostra”, assim como a Garota Vodu e o Menino Múmia. Humor negro é apelido.

Wednesday, October 14, 2009

Britney Spears diz que sexo a três é melhor!

Britney Spears: ‘A três é melhor’

Britney Spears, pelo visto, não está nem aí para a polêmica que pode levantar com o lançamento da canção ‘3’, que fala sobre os benefícios das relações sexuais a três.

Na letra, ela diz que “quer brincar com outras duas pessoas” e “três é melhor, dois não é a mesma coisa”. Agora a cantora aparece em foto de divulgação em pose sugestiva com dois homens. Enquanto puxa a cueca de um, faz gesto obsceno com a mão.

"Acho que essa é minha obra-prima!"

O título deste post é uma das falas proferidas pelo personagem de Brad Pitt em “Bastardos Inglórios”, o novo longa de Quentin Tarantino que chegou aos cinemas brasileiros na última Sexta-feira. Para alguns, esse exibicionismo não passa de projeção do diretor e roteirista – um cinéfilo com experiência de balconista de locadora que acabou se revelando, no início dos anos 90, uma das mentes mais geniais, criativas e irreverentes do ramo. O fato é que Tarantino embarcou no mito que criaram em volta dele. É egocêntrico, arrogante, eloquente, alguém que eu não faria a menor questão de conhecer. Mas também é um sujeito que justifica todo o auê causado por sua persona. Se eu fizesse filmaços como este aqui, quem garante que também não me acharia a última bolacha do pacote? Não à toa, “Bastardos Inglórios” já é tomado por muitos como o seu melhor trabalho até então. Eu mesmo o coloco ombro a ombro com “Pulp Fiction”, e não creio estar atestando isso sob efeito de empolgação momentânea. Nem o excesso de expectativa (sempre desvantajoso, pois nos faz tomar o filme pelo que esperamos dele e não pelo que realmente é) arruinou a experiência.

Trata-se de uma trama fantasiosa, com opções nada convencionais que situam, desde o princípio, os ocorridos numa realidade alternativa (por exemplo, a transição de um idioma para outro em determinadas conversas). Tudo isso em cima de um tema espinhoso, que deixou feridas ainda não cicatrizadas e que é, até hoje, tratado com enorme cautela pelo Cinema: o término da Segunda Guerra Mundial e a queda do nazismo. Lembrem-se de que há quem se ofenda com as gracinhas de “A Vida É Bela”, que apenas carameliza com desvelo o que aquela merda toda deve ter sido. Imagine então como o uso desenfreado do humor negro poderá chocar. É compreensível, portanto, que o filme tenha sido recebido com frieza no Festival de Cannes – de onde apenas o austríaco Christoph Waltz, que interpreta o cabuloso Coronel Hans Landa (também conhecido como O Caçador de Judeus), saiu inatacado, levando consigo o prêmio de Melhor Ator. Felizmente, o público tem embarcado na proposta e reservado a “Bastardos Inglórios” uma melhor acolhida.

Dentre as soluções encontradas por Tarantino para dar cabo do Terceiro Reich alemão está uma organização ianque – os Bastardos do título – que perambula pela Europa exterminando os anti-semitas que cruzarem seu caminho (Brad é o líder, fazendo bom uso de sua canastrice habitual). Acontece que está para acontecer a pré-estreia de um filme sobre um heroi nazista – e justo no cinema de uma judia que mudou de nome após testemunhar o assassinato da família (a ótima Melaine Laurent). Os Bastardos rumam para lá, pretendendo explodir todos os presentes – dentre os quais o Führer Adolf Hitler -, sem saber que a dona do local, num ato de vingança, também planeja uma emboscada. Não há protagonistas, apenas coadjuvantes com o mesmo peso (o que não deixa ninguém a salvo, tornando todos vítimas em potencial do roteiro). A história é contada em blocos, com direito a cenas longas e diálogos consistentes que só um profissional capacitado como Tarantino conseguiria bolar. Diane Kruger (”Tróia”, “A Lenda do Tesouro Perdido”) e Michael Fassbender (”Fome”) são alguns dos outros nomes relevantes, ambos nos trinques. Mas o show maior é de Waltz, que como mencionei acima, saiu vitorioso em Cannes mesmo sem ser o centro da ação. É uma atuação brilhante, cheia de texturas, que o coloca em posição privilegiada na corrida pelo Oscar de Coadjuvante.

Não é sempre que se vê uma película tão bem acabada, com um roteiro tão engenhoso ou mesmo uma compilação de músicas tão assombrosa (a trilha não é inédita; pega emprestado faixas conhecidas e diferentes entre si para criar, desse emaranhado, a identidade sonora do filme). Também é preciso mencionar o trabalho sempre competente de Sally Menke, a editora de confiança do diretor – ainda que a montagem seja cronológica, a estrutura narrativa tem seus achados. Recomendado para quem está a procura de um programa forte, que combine diversão e referências pop à uma trama que faz pensar um pouquinho, ou simplesmente para quem não quer perder um dos melhores (o melhor?) filmes do ano.

.:. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009, dirigido por Quentin Tarantino). Cotação: A+

Tuesday, October 13, 2009

Movie: Julie & Julia

Dedicated readers will possibly recall that this blog started soon after I finished reading a little book called “Julie & Julia”.  Well, I’ve just been to the movie and enjoyed it thoroughly.  Amy Adams comes across a little sweeter perhaps than the real life Julie Powell does in her book, but Meryl Streep as Julia Child was wonderful to watch – even taking into consideration that I am something of a Streep fangirl.

I do suggest that – if you’re going to take the time to read Julie Powell’s book – you might also take the time to read Julia Child’s own book about her time in France which is called (unsurprisingly, perhaps) ” My Life in France”.  It’s an excellent book and Child is a fascinating woman.

And now, I’m off to survey the fridge and wonder if I have enough butter to roast a chicken.  I’ve only got a single 250g block – clearly that won’t do! 

“O Violino Vermelho” (1998)

O filme “Violino Vermelho”, com direção de Francois Girard, foca sua história em um violino que carrega consigo paixão e obsessão através dos tempos, alterando para sempre a vida de quem o tocar. Neste filme a arte é tratada como pura inspiração, em que, o artista para ter a obra de arte perfeita, além de ter o instrumento mais magnífico, deve obter o ápice de concentração e prazer para transmitir isto através da música.

O conceito de “aura” apresentado por Walter Benjamin aparece de forma evidente neste longa metragem, pois o violino vermelho por ter as medidas perfeitas é capaz de evoluir o artista para sua forma sublime. Desta maneira o instrumento, e apenas ele, é capaz de criar tão belas melodias, sendo uma peça única e rara.

A música que é produzida por este singular instrumento musical afeta o espectador de uma forma nunca antes vista, já que a perfeição de suas notas cria uma emoção sem descrição no ouvinte. Ao se deparar com tais melodias inigualáveis, o público não tem outra ação se não aplaudir de pé o artista.

Durante todo o filme há uma evidente adoração a este objeto musical, por isso cria-se a noção de perfeição. Mais há de deixar claro que o violino em si não cria as melodias perfeitas, mais sim, os grandes compositores que neste objeto colocaram as mãos.

Nina

Crítica de Cinema – Texto publicado originalmente em A ARCA, em 05/11/2004.

O cinema nacional tem semelhanças até demais com o pólo cinematográfico americano. Depois do sucesso de Carlota Joaquina – Princesa do Brazil (1995), o povo brasileiro passou a se interessar pelas produções brazucas, e a indústria cinematográfica da nossa terra cresceu vertiginosamente. Para o bom e para o ruim: ano a ano, são lançados filmes muito bons, mas também filmes muito, mas muito fraquinhos. E, assim como lá nos Estados Unidos, os blockbusters nacionais (geralmente os “apadrinhados” pela Globo Filmes) acabam engolidos em qualidade e conteúdo por trabalhos independentes e ousados.

O que nos leva a Nina (Idem, 2004). Enquanto grandes e prepotentes produções como Carandiru, Olga e Cazuza – O Tempo Não Pára aterrorizam nas bilheterias por conta do seu enorme lobby e acabam, por final, se mostrando extremamente vazias e superficiais, a estréia na direção de longas-metragens do publicitário Heitor Dhalia, cuja produção é a mais simples possível, resulta num exercício apavorante de delírio e medo como há muito não se via por aqui. A fita é mesmo um belo de um soco no estômago: em pouco mais de uma hora e vinte de projeção, o espectador é conduzido a uma viagem macabra e angustiante pela mente de uma personagem, no melhor estilo Twin Peaks ou Spider. Não à toa, Heitor Dahlia é chamado pela crítica de “novo David Lynch”. O mais impressionante, porém, é que Nina é uma produção pequena, bem aos moldes das velhas produções indies dos states.

O roteiro bem amarrado de Marçal Aquino (que fez história nas parcerias com o fantástico Beto Brant, de O Invasor e Ação Entre Amigos) transporta a trama básica do clássico Crime e Castigo, de Fiotr Dostoiévski, ambientada em São Petersburgo, para o cenário underground de São Paulo nos dias de hoje. Logo nos créditos de abertura (muito bem feitos, por sinal), já nos familiarizamos com Nina (Guta Stresser, que em nada lembra a cômica figura que interpreta no seriado global A Grande Família), que luta para sobreviver na metrópole. Ela trabalha num emprego desumano e se relaciona com figuras mais desumanas ainda. Sua válvula de escape são os desenhos que faz. Para piorar as coisas, mora de aluguel no apartamento da perversa Eulália (Myriam Muniz), que a humilha diariamente.

Quando pensamos que Nina está no fundo do poço, ela desce ainda mais: Eulália viola a correspondência de sua inquilina, “confisca” todo o dinheiro que a garota recebe dos pais distantes, gruda etiquetas com o seu nome em todos os itens da casa (de modo que Nina não possa usá-los) e ainda tranca a geladeira a cadeado. Ao perder o emprego, Nina fica cada vez mais confusa. Em sua mente, ficção, desenhos e realidade se misturam. Quando Eulália resolve despejá-la sem aviso prévio e traz um novo inquilino para ocupar o apartamento, Nina explode em um final trágico – e sufocante para a platéia.

Não é a toa que Nina está fazendo tanto sucesso fora do Brasil – prêmio da crítica no Festival de Moscou, melhor direção no Festival de Cinema de Nova York, melhor fotografia no Festival de Lima (Peru) e muitos elogios em mostras na Holanda, na Coréia e na Austrália -. Na verdade, a qualidade da produção nos faz esquecer em muitos momentos que estamos assistindo a um típico made in Brazil. A começar pela magnífica fotografia de José Roberto Eliezer, desde já a melhor em filme nacional neste ano. Bem escura, desbotada, quase o tempo todo em tons de preto, cinza e azul, nos remete imediatamente aos clássicos do expressionismo alemão – a cena em que Nina foge de supostos “algozes” traz muitas semelhanças à obra-prima silenciosa M, O Vampiro de Dusseldörf (1931),e sua direção de arte é uma homenagem explícita a O Terceiro Homem (1949), com Orson Welles.

Já a montagem de Estevan Santos, ora tradicional ora acelerada, e a trilha sonora de Antônio Pinto, uma mistura tecno-clássica, lembram bastante Réquiem Para Um Sonho e traduzem bem o acelerado processo de “decomposição” de Nina. E uma sacada bem interessante da direção foi misturar live-action e animação, principalmente para ilustrar as transformações psíquicas de Nina. Além dos detalhes técnicos, a fita é recheada de participações muito especiais, do tipo “piscou, perdeu”. Nisso, podemos ver desfilando pela tela Lázaro Ramos, Mateus Nachtergaele, Selton Mello (que dá medo sem dizer uma única palavra), Renata Sorrah e Sabrina Greve, comprovando mais uma vez o enorme talento que possui. Mas nada é à toa: cada uma das participações estão ali para dizer alguma coisa.

Mas o show mesmo é de Myriam Muniz. A atriz, mais conhecida por seus trabalhos em teatro, simplesmente deu um banho de interpretação como a velha mesquinha e intolerável. Um olhar basta para que a platéia se derreta em medo e ódio. E uma das cenas mais cruéis de Nina – acredite, não são poucas – definem bem a sua Eulália: a mulher, sentada à mesa, assiste com paciência o fim de uma mosca agonizante, fechada num copo de vidro. Eulália não só tem consciência do que é como sente um prazer extremo com aquilo que é. Não há como ficar indiferente às maldades da personagem. E também não há como ficar indiferente ao final deste que, com certeza, é uma das boas surpresas do ano. Uma pena que, assim como as melhores películas independentes que o cinema americano e europeu já produziu, o clima pesado do longa dificilmente cairá nas graças do público em geral.

NINA • BRA • 2004
Direção de Heitor Dhalia • Roteiro de Marçal Aquino e Heitor Dahlia
Inspirado no romance “Crime e Castigo”, de Fiotr Dostoiévski

Elenco: Guta Stresser, Myrian Muniz, Milhem Cortaz, Selton Mello, Sabrina Greve, Renata Sorrah, Guilherme Weber.
90 min. • Distribuição: Gullane Filmes.

BASTARDOS INGLÓRIOS

Quentin Tarantino andava se comportando como uma ex-namorada pra mim. Eu gostava de lembrar dos tempos de Pulp Fiction, mas ficava encabulado quando comentavam sobre outras coisas. Honestamente não sou o maior fã de Kill Bill, apesar de identificar momentos e qualidades excepcionais nos dois atos da trama. Cães de Aluguel é o ‘primeiro filme’ que muito cinéfilo gostaria de ter feito. Ademais, são momentos da carreira. Bom, eu andava desmotivado. Já tinha me convencido de que o espírito daquele garoto balconista de locadora tinha morrido dentro do velho Quentin. E eis que me surge (leia gritando numa camisa de força) Bastardos Inglóoooorios! O cara voltou! Sei lá se ele tinha ido. Mas pra mim, ele voltou! Puta que pariu, pó de serra, pataquada! Três horas de película. Uma história dividia em partes amarradas como atos de uma peça. Uma peça de ação, suspense, humor. Eu ri, fiquei tenso, esperei ansioso pra ver os bang-pá-pows e estava tudo devidamente encaixado no seu lugar. Brad Pitt está bem. Os diálogos estão muito bem, e o ator Christoph Waltz está genial! Aos desavisados, o filme é uma ficção, portanto não espere rigor histórico. Algumas cenas chegam a ser meio comédia pastelão, mas com a raiva e a marca de Tarantino.  Cenas marcantes, frases pra ficar na lista de grandes diálogos do cinema, e isso é apenas a humilde opinião de um fã. Tarantino, o grande bastardo de Holywood está de volta!

Quentin Tarantino andava se comportando como uma ex-namorada pra mim. Eu gostava de lembrar dos tempos de Pulp Fiction, mas ficava encabulado quando comentavam sobre outras coisas. Honestamente não sou o maior fã de Kill Bill, apesar de identificar momentos e qualidades excepcionais nos dois atos da trama. Cães de Aluguel é o ‘primeiro filme’ que muito cinéfilo gostaria de ter feito. Ademais, são momentos da carreira. Bom, eu andava desmotivado. Já tinha me convencido de que o espírito daquele garoto balconista de locadora tinha morrido dentro do velho Quentin. E eis que me surge (leia gritando numa camisa de força) Bastardos Inglóoooorios!

O cara voltou! Sei lá se ele tinha ido. Mas pra mim, ele voltou! Puta que pariu, pó de serra, pataquada! Três horas de película. Uma história dividida em partes amarradas como atos de uma peça. Uma peça de ação, suspense, humor. Eu ri, fiquei tenso, esperei ansioso pra ver os bang-pá-pows e estava tudo devidamente encaixado no seu lugar. Brad Pitt está bem. Os diálogos estão muito bem, e o ator Christoph Waltz está genial! Aos desavisados, o filme é uma ficção, portanto não esperem rigor histórico. Algumas cenas chegam a ser meio comédia pastelão, mas com a raiva e a marca de Tarantino.  Cenas marcantes, frases pra ficar na lista de grandes diálogos do cinema, e isso é apenas a humilde opinião de um fã. Tarantino, o grande bastardo de Hollywood, está de volta!