Monday, September 21, 2009

O Matador em Porto Alegre

Jerry Lee Lewis passou pela capital gaúcha no último dia 16 e mostrou porque chamou seu último trabalho gravado em 2006 de “The last man standing”.

Ao contrário de outros gringos que vêm ao Brasil apenas com a roupa do corpo, Jerry Lee trouxe uma banda de alta qualidade. Mesmo sem muita noção de onde estava o Matador (the Killer, como se tornou conhecido) deu conta do recado e executou divinamente todos os clássicos que o público esperava ouvir. O show não durou mais do que 45 minutos – o que é compreensível para um senhor de 74 anos – tempo mais do que suficiente para tornar a noite inesquecível. Claro que assistir ao Jerry Lee nestas circunstâncias (anos 2000, América do Sul, etc) é como um prêmio de consolação para quem nasceu na época e no lugar errado. Mas ainda assim vale mais do que horas e horas de outros espetáculos que têm por aí.

Não vai faltar quem critique o som, a duração do show, a pouca interação dele com a platéia (lembrem da idade do homem), mas isso não apaga a emoção de estar diante de uma lenda viva e ouvir os clássicos imortalizados por ele e executados pelo próprio. (Nota: Jerry Lee tocou de verdade e improvisou o tempo todo).

A turnê que passou pelo Brasil é uma das últimas páginas na vida deste cara. As passagens mais marcantes e que definem a personalidade JLL estão no filme “Great Balls of Fire” – ou, “A Fera do Rock” (êta título sem vergonha) em português. Ali, além da personalidade arrogante do astro (interpretado por Dennis Quaid), vemos fatos antológicos como a cena em que ele incendeia o piano durante a execução da música que dá título à cinebiografia. Na ocasião o Matador estava escalado para subir ao palco após a apresentação de Chuck Berry (outra figuraça que andou por aqui este ano). Chuck, no entanto, recusou-se a entrar antes do novato que tinha apenas um clássico. Surpreendentemente o Jerry concordou em “abrir os trabalhos da noite” e aquecer o público para seu colega. Durante os pouco mais de 3 minutos que durou a canção o garoto louro da Lousiana levantou a platéia com uma performance arrebatadora. Antes do final da canção, Jerry Lee ateou fogo ao piano e foi assim que encerrou a sua apresentação. Diante de uma multidão incendiada ele retirou-se do palco e, dirigindo-se ao incrédulo Chuck Berry, disse algo como: “Vá lá, eles são todos seus.”

No link abaixo o clip do filme com Dennis Quaid e o próprio Jerry Lee Lewis:

http://www.youtube.com/watch?v=zUHzsH7kMPw

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