Tuesday, September 29, 2009

Envelhecendo um filme

Qual o critério para afirmarmos que um filme envelheceu bem ou mal? O que fa zum filme envelhecer assim ou assado?

Pensei nisso ontem depois de rever o primeiro Duro de Matar e perceber que, meu, eu gosto mais desse filme hoje do que gostava há dez anos ou então há um ano quando revi pela última vez.

É um filme com uma sensibilidade muito marcada dos anos 80, com questões bem socio-culturais estadounidense que apareciam com frequência nos filmes policiais da época, como a rixa entre os federais e os policiais locais, o burocrata contra o trabalhador das ruas, os jornalistas loucos por uma história impactante (e apenas isso) e uma sociedade que começava a assistir a expansão do terrorismo.

Mas vi agora uma forte auto-ironia com o gênero, muitas tiradas que fazem graça da própria identidade dos filmes de macho, dos policiais durões. Todo mundo é meio babaca, menos o herói e o vilão, dá pra fazer graça de tudo que rodeia esse universo. Não é a paródia de True Lies, nem o absurdo kitsch de Mandando Bala, mas faria uma boa sessão com os dois.

Aí volta a questão: o filme tinha isso lá ou minha sensibilidade para com o filme – e o mundo – é que mudou?

Não cheguei a conclusões, mas é uma pergunta que todos deveriam fazer antes de dizer que um filme envelheceu bem ou mal, antes de julgar um filme antigo a partir da comparação entre as sensações que ele te causa em tempos – e às vezes lugares, situações – diferentes. Não sei se é isso que um filme tem que fazer para perdurar.

Sei que Duro de Matar é um baita filme. Toda vez que o vejo me divirto e ainda atento para novas coisas, penso em outras tantas – como agora.  E não é isso que um filme deveria fazer, independente de origem, cor, credo, faixa etária, extrato social ou partido político?

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