O filme brasileiro “Baile Perfumado” reproduzido em 1997 conta a história de Benjamin Abrahão, personagem que foi responsável pelo registro filmado do líder do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião. Esta representação do cangaço brasileiro exemplifica fielmente os conceitos apresentados por Walter Benjamin em seu ensaio ” A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica”.
Segundo este autor, uma obra de arte em épocas anteriores era condicionada pela sua aura, isto é, pela reverência que cada obra de arte, na medida em que é única, impõe ao observador. Com o aparecimento e desenvolvimento de outras formas de artes, como a fotografia e o cinema, em que o original e a cópia não necessitam ser diferenciados, esta aura deixa de existir, o que liberta a arte para novas possibilidades, tornando o seu acesso mais democrático.
No filme, a simples documentação cinegráfica de alguns bandidos pode não representar algo singular, tal contexto é mudado ao ser mostrado o bando de Lampião, personagem perseguido pelos órgãos de justiça da época em que viveu. Segundo os conceitos apresentados por Walter Benjamin, a filmagem deste fora da lei não irá alterar sua importância histórica ao ser passada para cópias, já que, as cópias de sua obra passaram exatamente a mesma mensagem que Benjamin Abrahão quis passar, tornando-se errônea qualquer interpretação diferente do autor.
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