(La Maison Nucingen)
Fic fantasma. Jogos cerebrais, paradoxos temporais, vidas duplicadas, enigmas idiomáticos e geográficos – várias obsessões de Raoul Ruiz estão presentes nessa comédia de casa mal-assombrada. Passada no Chile, sugere um retorno do diretor (radicado na França) aos fantasmas de sua terra natal. A história credita oficialmente Balzac, cujo romance-título trata das artimanhas de um banqueiro, mas parece inspirada principalmente em Henry James. O protagonista, aliás, leva o nome do irmão de Henry, William James. Ruiz não é do tipo que precisa de um contraponto natural para revelar o sobrenatural. Tudo nessa espectral mansão da Patagônia (o “Fim do Mundo”) é non-sense brincalhão, incluindo fantasmas, esqueletos, mortos-vivos e gente vertendo sangue alheio. Com uma dramaturgia capenga e uma fotografia pouco eficaz para o gênero, o filme caminha como um sonâmbulo do inverossímil para o tolo. A tendência é que a plateia reaja com galhofa – o que não faz jus à carreira do grande Ruiz, mas sim a este capítulo bem esquisito. ♦♦
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