Wednesday, September 30, 2009

Bellini e o Demônio (Marcelo Silva Galvão, 2009)

O primeiro da série, “Bellini e a Esfinge”, lançado em 2001, apesar de suas falhas, foi uma das grandes supresas daquele ano, especialmente pelo clima noir que permeava durante todo o filme, pela direção e a fotografia, que mostra que a noite paulistana é o cenário ideal para detetives cínicos e tramas rocambolescas.

Enquanto que o primeiro é todo o climão noir que predomina (com todas as regras da cartilha do gênero), “Bellini e o Demônio” apenas se utiliza da capa noir para mergulhar fundo na psique atormentada do protagonista, com direito a referência a Aliester Crowley, no melhor estilo “Coração Satânico”. A mistura até que acabou dando certo, com uma atuação surpreendentemente boa de Fábio Assunção, apesar de uma edição um tanto comfusa às vezes, além de personagens secundários que só seriam conhecidos para quem tivesse visto o primeiro filme (ou lido o livro), o que pode dificultar a compreensão do filme para alguns. Os delírios de Remo Bellini foram também bem apresentados no filme, apesar de algumas alternativas óbvias para a sua representação (como a utilização clássica do espelho).

Mas esses detalhes não chegam a provocar uma grande mancha em “Bellini e o Demônio” que, apesar de ter o maior apelo comercial daqueles que concorrem na Premiere Brasil, em momento algum pareceu ser um mainstream. Ponto para o Marcelo Galvão.

3/4

Adney Silva

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