Monday, September 21, 2009

Fuga da Escape.

Uma das minhas maiores dececpções esse ano foi descobrir que alguns de meus professores mais admirados – verdadeiros mestres, especialistas tanto em ensinar quanto educar – são na verdade telespectadores dos maiores lixos culturais do Brasil: TeleNovelas e Big Brother Brasil. Após perguntar a ambos por que tão estúpida atitute, a resposta é sempre a mesma: Uma oportunidade para não pensar, se divertir e relaxar.

Após alguns momentos pensando na resposta, descobri que eu não sou muito diferente, e uso muitos meios de arte como forma de aliviar a mente e me divertir ao máximo, apenas com uma outra linguagem: a indústria de filmes de ação de hollywood.

Desde que se descobriu que a televisão poderia roubar o público fascinado pelo cinema, produtores e roteiristas começaram a apelar cada vez mais a meios de atrair os agora noveleiros americanos. Primeiro, com épicos religiosos (muitos que dão um banho em épicos atuais), depois com o conceito de cinema B de ficção científica totalmente revisitado com Star Wars. Vieram então policiais sanguináreos, comédias adolescentes, e, nos anos noventa, eis que surgem os tão amados filmes-pipoca.

Muitas vezes odiados pelos criticos, tais filmes geralmente são unica e propriamente feitos com o objetivo de se arrecadar dinheiro, esquecendo o espírito da arte em si, o prazer cinematográfico original, enfim: esquecendo a arte e pondo os olhos no dinheiro.

Por outro lado, há uma clara relação mútua-harmoniosa aqui: enquanto produtores ganham rios de dinheiro com seus filmes, o telespectador tem a chance de se desligar por um momento dos problemas ao redor e relaxar, sem precisar pensar e se divertir o quanto quiser.

Efeitos especiais milionários, perseguições eletrizantes, explosões de encher os olhos, violência explícita, humor esculachado… Roteiros inteligentes? Qualquer fio de história serve desde que abra brechas para mega-destruições de dar arrepios. Grandes reflexões sobre o ser humano e a sociedade? Que nada, ponha só uma trama mirabolante sobre cadáveres ganhando vida que está tudo muito bom. Personagens com profundidade? Pra quê, se existe uma Angelina Jolie ou uma Megan Fox, cujos corpos esculturais falam por si próprios?

E, apesar do conceito da arte cinematográfica ter meio que se perdido – e cada vez mais a cada ano – justamente por causa do cinema-pipoca, eu ainda o uso justamente para o que disse no início do texto: Se livrar de nosso mundo cheio de razão, tendo a chance única de se divertir sem culpa. E o melhor: sem precisar desembolsar muito dinheiro pra isso.

Ainda assim, jamais me rebaixarei à condição de viciado em novelas ou muito menos realities shows repletos de manipulação. Se divertir para fugir do mundo, ok. Ter a inteligência ofendida por progamas de TV já é demais.

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