Lúcia e o buraco
O sexo é sempre co-protagonista. Não só da criação da vida. De brigas, dilemas, alegrias. Besteiróis, comédias-românticas e independentes. De Lúcia e o Sexo, ótimo filme do espanhol Júlio Medem.
Ao receber a notícia de um acidente fatal que o namorado sofrera, Lúcia se refugia na ilha onde ele nunca a quis levar. Ela vai atrás da história que ele viveu; da fantasia inesquecível que ele provou.
Hit do cinema cult, Lúcia e o Sexo tem uma trama muito bem amarrada. Calientes e tristes, várias histórias, sempre co-protagonizadas pelo escritor Lorenzo, se encontram em uma mágica ilha do mediterrâneo.
O erotismo comanda o filme. Está em todas as cenas chave, de apresentação dos personagens, mortes trágicas, construção do amor e da vida. Há várias cenas que, ao contrário do Anticristo criticado alguns posts atrás, mostram o nu sensível e quente da relação natural humana.
Há, porém, cenas que quebram o ritmo da projeção. São flashes. Entre eles, imagens de Lúcia nua andando pela praia. Parecem ter sido criadas com a intenção de fazer com que o espectador viaje melhor na experiência do cinema, mas acabaram por me intrigar. Fiquei procurando um motivo pra’quilo. Pensei que o que vai e volta no tempo se misturava. Esperei por uma contextualização e não teve. Odeio isso.
Mas minhas expectativas foram alcançadas. Dá para ver porque é um clássico cult, tem todos os clichês dos filmes do gênero. A história não é tão complexa que não daria certo nos grandes cinemas. Porém a nudez, a “realidade” e a filmagem com “quês” de experimental caíram nas graças do público como caíram Laranja Mecânica e Os Sonhadores.
Próxima vez que eu passar por uma lojinha cool, vou comprar uma caneca, um botom e uma camiseta de Lúcia e o Sexo pra mim…
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