O ano não tá lá muito foda de trilhas e por isso, ficou fácil escolherem os dois melhores scores até aqui. Pra começar, esses dois scores me deixaram de boca aberta, tanto pela surpresa como pela qualidade magnífica. Enfim, desde já aviso que são duas obras-primas incontestáveis que só cego não vê. ou escuta, sei lá. Pra começar. . .
Drag me to hell – Christopher Young
O score é mais do que fantástico e “mágico”. Sim, por mais idiota que essa colocação pareça, a “magia” dentro da trilha está em todo o cerne de sua composição, principalmente baseada, acho até que claramente, em trilhas dos filmes do Tim Burton, feitas pelo master Danny Elfman, que tem seu grande estilo mágico/nostálgico/épico e com cordas que arrepiam.
Young Começa o score arregaçando tudo com sua maravilhosa, arrepiante e linda música tema, Drag me to hell. Daí pra frente a coisa toda se equivale ao filme, não só o ajudando em muitas cenas, como sendo praticamente toda a música as cenas em si. Essa música tema traz sons ressonantemente assustadores logo em sua entrada e um violino temeroso e arrepiante no seu esqueleto, simplesmente obra-prima de Deus.
Em Mexican devil desaster e seu coral mais que amedrontador e arrepiante, Young mata toda a rapidez e empolgação da primeira música e transforma tudo em uma calma esperada por Raimi na cena em que a música se passa, depois temos um crescente silencioso e tudo culmina em uma agonizante sinfonia da morte, que mesmo assim torna com os seus violinos sombrios, só que mais tranquilizados.
Tale Of A Haunted Banker é tranquila principalmente por mostrar a jornada diária da protagonista, que tem sonhos e ambições. Os acordes compostos por Young em seu piano dão justamente esse tom de esperança e sonhos por que ela passa, sem nunca esquecer como é tudo monótono em seu dia.
Lamia foi composta pra mostrar o que é o demônio retratado no filme em forma de música. E a música acaba tendo toda uma introdução dos infernos (literalmente) com um coral filhadaputa e encerrando em um dos melhores acordes de todo o score, com violinos e o ar de Elfman citado acima.
A silenciosa Black Rainbows(silenciosa inicialmente), tem apenas pequenos barulhos onde uma espécie de sopro encabeça os primeiros um minuto de faixa e que arrepiam tudo no corpo. Depois tem um crescente que mantêm a regularidade defendida pelo compositor e culmina numa barulheira espetacular onde proporciona À Raimi uma maravilhosa cena.
Ode To Ganush retrata um arrepio da personagem quando se relaciona com a velha do filme. Temos a mesma regularidade que Young opta em dar as faixas para não ser pretensioso de mais, mas temos rangidos de violinos periodicamente que a transformam em outra faixa única, com o soar de um piano ao fundo em determinado momento e silenciosos momentos finais.
Outra musica ligada a protagonista e suas paragens diárias, Familiar Familiars mantêm a mesma melancolia esperançosa contida Tale Of A Haunted Banker, só que com mais tristeza e vazio, justamente pelo acontecimento irônico/cômico da cena em que se passa, o que Young e Raimi fazem muito, é ironizar as musicas com o que acontecerá, o que torna o score ainda mais magnífico, ao projetar sempre o inverso do que o filme propões e ainda sim, causar esse efeito contrário em algumas pessoas.
Loose Teeth, quietinha na sua, contêm um coral assustador e fantasmagórico que após uns minutos se revela uma composição surpreendente grandiosa e com a barulheira feita por Young para angariar medo ou não-medo da platéia. Maior faixa do score.
Tranquila e com ar inicial de “sleepy hollow“,Ordeal By Corpse tem o coral feminino e amedrontador que persegue a trilha, aqui se vê claramente mais nostálgico e bonito conforme a composição vai crescendo e se intensificando como faixa única e linda de se escutar do score, uma de minhas preferidas.
Bealing Bells With Trumpet, só de fazer meu estômago revirar em um ápice que dá no seu decorrer já merece destaque.
Brick Dogs Ala Carte é a faixa mais curta e traz o piano melancólico mais esperançoso novamente com algumas variações mínimas e se destaca mais por parar toda onda amedrontadora que o score seguiu.
Voltamos com o violino tema em Buddled Brain Strain que vai além e se trasforma fudidamente bem com uma rapidez angustiante e nem menos atraente de se ouvir que ultrapassa a maioria das faixas por trazer junto um compassado som com instrumentos de sopro e sons secos que crescem e dão lugar à sonso necessários para obter “medo” e retorna a uma bela e compassada composição em seus últimos segundos.
Auto-Da-Fe é a melhor faixa de todas. Nem posso dizer muito, introdução fudida, variação do tema principal da forma mais esperta usada até esse momento no álbum, instrumentos diversificados e que se unem sem temor formando o ar nostálgico novamente com um fundo com uma espécie de “ar” passando só nas pessoas que realmente amam Danny Elfman. Agressiva, equilibrada, sem querer ser eterna e por isso acaba que sai destruindo tudo do meio pra frente e amplia seus ares em uma sinfonia dolorosa e movimentada.
Concerto To Hell, é outra das melhores e traz o tema “violinistico” em expansão e com toda sua agressividade que termina em pratos e um coral tranquilizador e de dar calafrios. Encerrando aí o score, ouvindo ele separadamente do filme, temos a certeza de que uma obra-prima das grandes, do mundo do real terror (mesmo sendo trash é o melhor terror dos últimos anos), que faz qualquer um escutar e querer rever o filme. Lindo! Arrepiante! Irônico! FODA!
Star trek – Michael Giacchino
A melhor, a mais linda, a mais bem composta, a mais emocionante, a mais épica das trilhas dos últimos tempos.
Pra começar é composta pelo melhor compositor de scores da atualidade, Deus, Michael Giacchino. (Sim, o considero melhor que o Marianeli e o Santaolalla). O cara ta arregaçando em tudo. Pra começar, os melhores scores da década são dele, e o mais assustador, de uma série televisiva. Em Lost, Giacchino faz o melhor trabalho clássico da década. Ouçam os scores, as músicas separadas, os especiais, tudo que for dele e prestem bem atenção. Mas o mais importante é observar a trilha vendo os episódios. É a maneira que mais vai funcionar para comprovar o talento desse cara que me assusta. Quando ele quer me fazer chorar sempre consegue, me amedrontar também, me angustia, o mesmo, e por ai vai. Poucos compositores da nova safra fazem isso comigo. (talvez só Thomas Newman, e acho que nem é da nova safra.)
Vamos logo ao score. Star trek inicia toda a trilha com uma introdução em meio aos primeiros créditos do filme, que acaba por ser simplista e quase não notada, mas que é maravilhosa se ouvida junto a toda a trilha.
Quando vemos pela primeira vez a nave Romulana saindo de um buraco negro, ouvimos Nailin’ The Kelvin, que retrata justamente a ação que acontece nos poucos minutos de embate direto filmado por J.J Abrahams que compõem um faixa agressiva e direta até de mais por ser ligada a uma cena que também sai direto dos créditos para uma ação desenfreada logo de início, e Giacchino minha gente, sabe das coisas e só melhora ainda mais a grandiosa cena.
Minha faixa preferida vem logo adiante. Labor Of Love, traz a maiore qualidades de Giacchino pra mim: quando visto em uma cena triste a capacidade que o cara tem de me tocar e emocionar. Muitas cenas em Lost, me emocionei quase que 80% só por causa da música do cara, mestre de mais. Aqui, Giacchino traz uma de suas faixas mais bonitas (mesmo com as belas maravilhas de Lost). Mas também, a cena não podia ser melhor para que Giacchino fudesse com meus sentimentos: A morte do pai de Kirk e seu nascimento. Morte e vida, tudo junto. Pois é, escute e se emocione com a mais bela faixa de Giacchino em todo o score.
Hella Bar Talk começa com sons característicos do compositor e se transformam em uma grande e intensa faixa bonita com acordes magníficos e de certa forma melancólicos. Só que quando unidos a cena são visto de formas totalmente diferentes. Esperançosos e corajosos.
Enterprising Young Men vêm como tema principal e mais que isso, faixa grandiosa e que não precisa de milhares de minutos para isso. Temos uma compassada de dar tesão no finalzinho e é uma das mais maravilhosas faixas de todo score. ( que tem muitas maravilhosas faixas).
Nero Sighted, começa pesada, mas nem tanto. É muito tranquila de se escutar e mais que maravilhosa, traz o tema dos Romulanos e sua nave mas com toda uma nova cara que Giacchino emprega tranquilamente e acaba tronando-a eterna.
Nice To Meld You é outra que só dá gosto ouvir, por mais que pareça simples, o cara desconstrói todos os modelos de trilhas em que estávamos acostumados hoje em dia, e traz uma r épico novo que deixa seu score mais e mais atraente.
Run And Shoot Offense vem com ar inicial que lembra algumas musicas de wall-e, e que parecem ser semelhantes por justamente ser uma nova regra aser seguida na composição de trilhas espaciais hoje em dia. Tem um final totalmente diferente do inicio e tem um climão próprio e maravilhoso.
Em Does It Still Mcfly Giacchino começa com sua melancolia única e nos tranquiliza com a própria música se transformando em algo que agente não imaginava. É mais lenta, mais linda, e mesmo assim traz um dos temas principais em uma variação crescente e contagiante dado o início dela.
Nero Death Experience traz um coral a trilha da franquia que não é muito acostumada a isso. E só da pra chegar a uma conclusão, animada e focada em seu personagem tema, acaba se juntando as mais grandiosas faixas do álbum.
Nero Fiddles, Narada Burns é mais um tema dos vilões que é tida como fraca pela maioria. Na verdade, todas as faixas em relação aos Romulanos estão sendo criticadas como sendo do tamanho do personagem, ou seja, pequeninitas. Mas não é bem assim, separadamente escutadas e até mesmo sem ao menos saber o título das faixas dos Romulanos percebe-se claramente variações nada convencionais e pesadas que se sobressaem a maioria das trilhas temas de vilão dos últimos tempos aí. Só que como todas Romulanas, essa faixa traz outra variação do tema com o seu ar vilanesco e nada ridículo em um tom de ação eterno.
Back From Black chega como um sopro, contida e aumenta se transformando no tema variado com pingos de mais grandiosidade sem pretensão, e mesmo assim é uma das mais rápidas de todo o score.
Outra faixa tocante é a That New Cat Smell. Nossa, maravilhosa de mais, ouvindo se tem um melhor percepção disso. Tem uma espécie de coral dissonando com um som tranquilo e melodicamente triste saindo celos com tons tocantes unidos a esse som.
To Boldly Go foi criada apenas para satisfazer nós fãs, com a frase eterna da série que dessa vez é pronunciada por Leonard Nimoy, o que faz ninguém perceber na música de fundo é claro. Mas ela é bem sincera e deixa aquele ar da trilha clássica da série, que culmina na variação do tema de abertura da mesma para End Credits. A melhor faixa de todo o score. Não só por conter essa variação mas por ser a maior e com mais tempo para subir,descer, acelerar, tocar, animar, emocionar. Uma pena que quem não tem o score ta trilha não veja os créditos finais por inteiro e contemple essa obra-prima!