Virginia e Cagney: uma relação de amor, ódio, poder e dinheiro
Sou fã de filmes antigos, em especial os policiais de gênero noir e também os que retratam histórias de gângsteres. Ontem assisti no TCM a Fúria Sanguinária (White Heat), um clássico de Raoul Walsh, rodado em 1949, com o impressionante ator James Cagney no papel do gângster Cody Jarrett, um bandido demente, obcecado por dinheiro e poder. A obra tem ainda no elenco a divina Virgina Mayo, atriz maravilhosa e de uma beleza transcendental.
O enredo é muito simples: Cody é um homem sem escrúpulos, que lidera um bando de criminosos e promove grandes assaltos, tendo a figura de sua mãe (Margaret Wycherly) como referência central, alguém que dá sentido à sua vida e é, também, sua parceira de crimes. Depois de um bem-sucedido assalto a um trem pagador, Cody desaparece com seus homens, sua mãe e sua mulher. O fruto do roubo, US$ 300 mil, tem que ser “lavado” para despistar a polícia, porque as notas apresentam numeração sequencial. O interesse da polícia, além de prender Cody, é descobrir quem é o responsável pela “lavagem” da grana.
E aí está o grande mote do filme, que inclusive o torna muito atual, em razão dos episódios nebulosos que envolvem alguns gângsteres da política brasileira: como esconder o dinheiro, como “esquentá-lo” e como continuar cometendo crimes sem ser (teoricamente) descoberto.
A obra de Walsh, um mestre do cinema, tem sequências impressionantes e antológicas, perseguições de automóveis, efeitos especiais incríveis para a época e o uso de algumas tecnologias interessantes, como uma espécie de avô do GPS. A frase final de Cody, “Made it, Ma! Top of the world!” (“Eu consegui, mãe! Estou no topo do mundo!”) é considerada uma das mais importantes citações do cinema no século 20.
No site Melhores Filmes os leitores-cinéfilos escolheram Fúria Sanguinária como o melhor filme da carreira de Walsh.
[Via http://carlosdamiao.wordpress.com]
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