Um filme que começa avisando que não é uma história de amor no mínimo vai ser interessante: é assim que começa 500 Days of Summer.
Eu chamo de amor indie aquele que é com trilha sonora de bandas esquisitas (ou pouco conhecidas, na verdade) que tem uma edição que comenta e diálogos sacados. Mas depois do filme acho que este tipo de amor (se é que amor pode ter tipo) é na verdade entre estranhos.
O gosto pela estranheza está ligado a viver a vida com uma cabeça mais aberta. Acho que é uma coisa que muita gente busca, mas que gera um certo medo. Porque era mais fácil moldar relacionamentos em estruturas sociais mais claras. Hoje em dia há um número de possibilidades que desnorteia o que deve ser um relacionamento moderno.
(To viajando…)
O personagem de Summer é um pouco esta busca por um amor para ser descoberto em um mundo moderno. Ele, no entanto, é a dor-de-cotovelo, o fosso e a volta por cima.
Se for pensar bem, no filme há dois conflitos. Cada personagem com o seu. Mas o filme é um só porque temos apenas o olhar do carinha.
Mas eu estava pensando que a personagem mais bacana é a menina que joga futebol, acho que é irmão do cara. Ela sempre com uma conselheira, pessoa lúcida em pele de criança: “Só porque uma garota gosta de suas bizarrices não quer dizer que é “aquela garota”", ela diz em um momento do filme.
Comecei a imaginar se o olhar do filme fosse o dela. Talvez ficasse mais interessante: sabedoria e falta de experiência misturados.
As referências pops do filme me lembram muito os filmes do Cameron Crow que adoro.
Eu sou uma pessoa bastante cética, não sou muito de acreditar em destino e coisa e tal. Acho que este amor tão avassalador é questão de sorte ou coincidência. Mas respeito bastante quando acontece.
Ah, e quanto a se identificar com algum personagem: eu sou a menina que joga futebol, embora não seja menina, nem jogue futebol.
[Via http://vestigiosdodia.wordpress.com]
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